domingo, 12 de julho de 2015

Quando Ignis finalmente chegou as montanhas do sul, encontrou Tânia sentada ao lado de um homem jovem com seus cabelos brancos, os dois sentados e encostados numa besta enorme, um dragão. O mini deus se aproximou voando e também se acostou ao lado dos amigos, a mulher ficara feliz de ver que o amigo também conseguira a sua parte na missão, ela lhe entrega a maçã que estava em sua bolsa e o pequenino fica feliz.

- Ignis sentir tanta saudades de Tânia - ele sorri e morde a fruta.

- Também senti sua falta meu amiguinho, como foi para pegar o sangue de um portador? - ela chega mais perto dele e fica passando a mão sobre seu pelo.

A divindade conta para a amiga, do jeito dele, tudo o que havia acontecido. Tânia ficou surpresa em saber que Lúcio tinha uma irmã tão poderosa a ponto de quase matar Ignis. A sobredeusa por sua vez também abriu seu coração e informou ao amigo tudo que tinha ocorrido.

- Então, este aqui é o Kiran, ele também é portador de uma arma sagrada, mas pelo que entendi a dele é mais forte e mais especial. - O homem e o deus do fogo se apresentaram.

- Ignis ouvir uma vez sobre as três armas milenares - disse olhando para a maçã quase acabada - Ignis entender que existir uma arma mais forte que todas as outras, mas deuses bons e deuses maus prender arma forte em torre secreta para que ninguém pudesse soltar portador, portador desta arma estar vivo até hoje, ter muitos anos de vida.

- E a outra arma que restou amiguinho?

- Outra arma não ter criatura com poder grande para sustentar ela - Ignis termina de comer o fruto - Arma ser forte demais, humano que vai sustentar ela ainda irá nascer e quando nascer todos saber que ele nascer.

- Ele fala assim sempre? - Kiran perguntou sorrindo.

- Ignis não fala nossa língua, apenas a dos deuses.

- Entendi - O invocador se levanta - precisamos ir atrás dessa tal de Patágora,

- Cabelo branco ficar com a gente? eu gostar de cabelo branco - o dragato disse também se levantando e ficando parado em frente ao invocador.

- Sim, Tânia me chamou para fazer parte da turma - Kiran se agachou para ficar do meu tamanho do pequeno deus - e como eu não tinha para onde ir, acabei aceitando.

O homem estica as mãos e fecha o punho, Ignis fica sem entender e olha para Tânia, ela fecha suas mãos e soca uma contra a outra ensinando o que o felino deveria fazer, ele entendeu e o fez. Kiran recebeu o cumprimento e se ergueu.

- Podemos ir? - a filha de Amélia é a última a se levantar - a caverna é logo ali em cima - ela apontou para o alto da montanha.

Os dois humanos montam em Tarako e Ignis voa ao lado deles.

- Alguns minutos e chegamos lá - Kiran disse - suba Tarako! - o dragão bate as enormes asas e vai em direção a entrada de pedras antiga.

Angin está sentada na cadeira da penteadeira e Lúcio curando suas feridas, ela conta a ele tudo o que aconteceu. Natália e Otávio entram na sala do trono e vão para perto do deus.

- Quem é a mulher? - a bruxa pergunta com a expressão seria.

- Vocês são bem parecidos - Otávio diz se encostando em uma parede e cruzando os braços. - são parentes?

- Mais do que isso - Lúcio terminou de restaurar as feridas da deusa e olhou com desprezo para ela - infelizmente esta é Angin. minha irmã.

- Senti um certo ódio entre vocês - a bruxa diz dando um sorriso maldoso.

- Sempre procuramos matar um ao outro, mas agora fizemos um trato para matar uma inimiga em comum a todos nós. - a deusa continuava seria.

- Você também está atrás de Tânia é? - Otávio disse se aproximando dos três.

- Não ligo para ela, mas eu quero aquele rato que anda com ela morto em baixo de meus pés. - podia-se ver a expressão de raiva em seu rosto.

- Decidimos então parar de tentar nos matar e vamos caçar essas duas pedras no sapato. - Lúcio disse caminhando até a janela.

- Agora mesmo que a heroínazinha não tem chance conosco, dois deuses, uma bruxa e um espadachim especialista - a princesa sorriu quase sentindo-se vitoriosa.

- Precisamos descobrir apenas o que Ignis queria indo ao templo com Zelani. - Lúcio olhava para a floresta do lado de fora pensando em algo.

- O que foi que aconteceu? - Otávio perguntou.

Angin levantou e começou a andar de um lado para o outro enquanto explicava cada detalhe para os ouvintes na sala. Quando citou que Zelani havia arremessado uma pedra, seu irmão franziu a testa e estranhou a ação repentina da fada. A deusa então mostrou sua estátua, que era sua arma sagrada do vento, e esclareceu que ela deveria ficar em um local próximo dela para que fosse utilizada, Natália então oferece um baú escondido em seu quarto.

- Mas você é uma deusa e seus poderes estão na estátua? - Otávio perguntou - e se ela fora destruída você fica sem nenhum?

- Não exatamente, a arma amplifica mais ainda os meus poderes de vento mas isso não quer dizer que se ela for destruída eu perco eles. - Angin disse se sentando de volta na cadeira da penteadeira.

- Com essa arma ela consegue quantidade de poder tão grande a ponto de me superar - Lúcio disse finalmente se virando para as pessoas ali e ignorando a paisagem lá fora.

- Lúcio uma vez você me contou que sobredeuses são filhos nascidos de dois deuses. - Natália questionou o deus - então você, Amélia  e Angin também são desta espécie?

- Na verdade, não somos não - o deus das trevas foi andando em direção ao trono - Tânia é diferente, perceba que ela é humana e não tem magia igual a nós três, todo sobredeus é filho de dois deuses, mas nem todos os filhos de deuses são sobredeuses.

- Uma coisa que eu sempre quis te perguntar era sobre o critério das armas para escolher seu portador - a bruxa continuava a perguntar, Angin já ignorava todo o diálogo e ainda pensava na batalha.

- Essa eu também não sei, as únicas pessoas que se interessaram em estudar esse armamento é Zelani e Amélia.

- Mas enquanto você estiver vivo e na Terra - o príncipe concluiu o pensamento - ela não poderá pisar por aqui.

- NÃO! - Angin gritou se levantando e com a expressão seria de preocupação. - Temos que impedi-los.

- Do que está falando agora? - Natália começara a ficar preocupada.

- Lúcio você ainda tem o seu livro ? - a irmã perguntou.

- Está com a bruxa aí, mas podemos ter acesso a ele venha conosco - o deus teleportou todos para a biblioteca do castelo.

Tarako deixa os heróis na ponta da caverna, todos descem e Kiran abre um portal para que ele vá para seu mundo. Ignis cobre todo seu corpo com fogo para se fazer de tocha viva e eles vão para dentro do lar das patágoras. Dando um passo de cada vez, eles encontram vários corpos mortos com um buraco aonde deveria ficar o coração. Patágoras menores andavam para todos os lados.

- Olhem - chegando ao centro da caverna, teias de diferentes formas e tamanhos tomavam conta do lugar, as aranhas maiores estavam no teto imóveis.

- Ignis olhar para cima e ver aranhas mamães - o deus do fogo sussurrou.

- E os ovos devem estar bem ali naquela cratera - Kiran apontou para um buraco enorme no chão onde estavam saindo milhares de filhotes que subiam de volta a superfície. - alguma sugestão ou ideia?

- Não tenho nada em mente, o jeito é esperar um pouco e observar o padrão de movimento das nossas inimigas. - Tânia aconselhou os amigos.

Os três ficaram parados atrás da parede apenas ganhando informações sobre quem iriam enfrentar, até que Ignis puxa a blusa da amiga e aponta para uma guarida no ponto mais alto, uma sombra enorme era projetada na parede, Tânia engoliu a seca com medo, não queria ver que tipo de bicho era aquele, mas de uma coisa ela tinha certeza ele não era pequeno e muito menos uma aranha comum.

- Tenho uma ideia um pouco arriscada - a sobredeusa disse nervosa - mas é a única coisa que veio a mente nesse momento.

- Pode falar, afinal não temos muita escolha - Kiran ainda observava o movimento das aranhas.

- Ignis teias são materiais altamente inflamáveis - Tânia se virou para a mini divindade - se você conseguir botar fogo nisso tudo talvez eu e Kiran tenhamos tempo para cada um sair com um ovo por precaução.

- Entendido Ignis ser fogo, Ignis ser inflamável - o pequenino aumentou a intensidade do fogo que cobria seu corpo - prontos?

Os dois humanos se olharam e assentiram com a cabeça, Kiran optou por invocar Felícia por causa do tamanho de Tarako, ele montou nela, Tânia fez um sinal com as mãos para Ignis começar. O deus voava igual uma bola fogo, queimando cada aranha ou teia dentro daquela caverna. Em alguns instantes o fogo consumia tudo, as patágoras eram queimadas vivas.

- Agora - Tânia sussurra perto de Kiran, o invocador da um comando para que a fênix avance.

A guerreira continua por terra com Calaya em sua mão, cortando tudo que vinha em seu caminho, ela vê Felícia junto do mestre mergulhando dentro do buraco, Tânia repara que a sombra no alto da caverna começara a se mexer.

- Rápido Kiran! - Ela gritou desesperada - o monstrengo vai acordar em algum tempo.

O invocador sai voando de dentro da cratera com dois ovos em mãos e arremessa um para a aliada. Sem perceber uma teia maior que as outras vem na direção da filha de Amélia, quando ela se vira arregala os olhos e se espanta, mas um escudo de lava sobe impedido que a teia ultrapasse.

- Obrigada - Tânia disse recuperando o fôlego.

- Ignis não aguentar muito tempo, teia da sombra ser mais forte, saia daqui mãe! - Kiran pega a sobredeusa pela blusa e puxa ela para a fênix.

Os dois saem de dentro da caverna, o pequeno deus vai atrás deles apenas dando cobertura para que nada os atingisse pela retaguarda. Felícia carregando os heróis consegue sair da caverna e começa descer a montanha em direção a terra.

- Acho que agora acabou não é verdade - Kiran disse soltando um leve suspiro.

- Ai é que você se engana, olhe! - Uma patágora com dois braços humanos, unhas bem afiadas e seu tamanho era tão grande que fazia com que Tarako parecesse uma formiga.

Ignis arremessa enormes bolas de fogo que atingia a besta gigante mas não lhe causava nenhum dano. A fera apontou uma das unhas de sua mão na direção da fênix que passou raspando na sua asa fazendo com que eles caíssem no chão, por sorte Ignis amorteceu a queda com uma orbe de fogo. Kiran rapidamente se levanta e manda Felícia de volta.

- Obrigado amiguinha, agora descanse.

- Kiran! - Quando o invocador se vira consegue ver o monstro com detalhes, sua boca possuía dentes totalmente afiados e três presas enfeitavam sua mandíbula. - Temos que sair daqui.

- Onde está Ignis? - o pequeno deus era pressionado por uma das mãos da fera, dentro de uma orbe infernal.

Tânia puxou seu arco e mirou uma flecha nos olhos da aranha, o projetil atingiu em cheio um dos olhos fazendo com que ela fosse para trás dando tempo do pequenino sair. O dragato sobrevoa Tânia a puxa para longe, Kiran monta no cavalo da amiga, os dois fogem do monstro, que não desiste e continua a perseguição.

Dentro do castelo, Natália havia chamado o rei Drest para uma conferência conjunta.

- Pelo que eu conheço de magias, só existem  três tipos de receitas de sangue de portador. - Angin disse abrindo o livro do irmão. - quebra de uma maldição específica; aumento da magia de um sobredeus; e selar o portador no qual foi retirado.

- Irmã qual é a maldição? - Lúcio pergunta franzindo a testa.

- "Desfazer a maldição do afastamento", é o que está escrito aqui - a deusa respondeu, fazendo Natália arregalar os olhos.

- Essa não! - a bruxa entrou em desespero - eu coloquei essa mesma maldição em Amélia e Lúcio, os dois não podem chegar perto um do outro.

- Não seria de admirar que a ladra quisesse libertar a mãe - Drest disse sentado numa mesa logo atrás deles.

- Qual o próximo ingrediente Angin? - Lúcio perguntou mantendo a expressão seria.

- Um ovo de patágora - ela sorriu - descartamos isso então, já que essas aranhas foram extintas a bastante tempo.

- Eu não contaria com isso -  o deus das trevas observava um dos espelhos que focavam a vida de Kiran, nele mostrava Tânia sendo carregada por Ignis e o invocador montado em seu cavalo fugindo da aranha.

- Precisamos impedi-los! - Natália gritou e quase usou sua magia de teleporte, porém Lúcio conseguiu para-la segurando sua mão.

- Antes de irmos preciso de uma magia sua para que nós consigamos resolver dois problemas - Lúcio disse levando a bruxa até o seu livro. - vá até uma página escrito "correntes bloqueadoras".

A princesa rapidamente vai até a página, quando olha o que a magia faz, ela sorri.

Enquanto isso, Tânia e seus amigos continuam tentando fugir do monstro gigante. Chegaram a um campo aberto onde não haviam mais árvores para correr ou tentar fugir, a patágora arremessou um emaranhado de teia que acertou o cavalo de Kiran, aos poucos a teia ia subindo em direção ao coração do animal. O invocador desesperado queria arranca-la dali.

- NÃO ENCOSTA NISSO KIRAN - a sobredeusa gritou e correu para perto dele.

- Mas ele vai morrer - o garoto estava chorando de desespero.

- Ignis atrasar efeito de teia, vocês tentar matar aranha, Ignis colocar barreira de fogo no coração do cavalo para impedir que ela passe, vão se afastem daqui - o dragato colocou uma barreira de fogo em volta dele e do cavalo, com seu fogo azul ele aproximou da área onde ficara o coração mas sem encostar ele mantinha ali, o corcel relinchava de dor.

- Temos que dar um jeito nessa coisa, mas como? - Kiran disse desesperado, enquanto o monstro parava na frente deles e liberava um monte de aranhas menores.

- Ainda não pensei em nada, por hora vamos manter-lo afastado de Ignis - Tânia disse sacando Calaya e cortando as patágoras menores no meio.

Passara alguns minutos e a batalha continuava, até que o bracelete da filha de Amélia projeta a imagem da mãe.

- Desculpe Amélia estou meio ocupada agora - a mulher diz desviando da teia que a aranha rainha mandara.

- Eu sei minha filha, mas teria como passar pro rapaz ali atrás? - Tânia concorda, tira o bracelete, grita o nome de Kiran, ele pega o objeto.

- Amélia? - o invocador estava surpreso que a deusa queria falar com ele.

- Serei rápida - a deusa da luz balançou sua mão e um chicote apareceu aos pés do homem - esta é sua uma arma que só você pode utilizar, ela funciona do mesmo jeito que o livro, você encosta em um local de poder, o que faz com ela absorva a energia e ganhe a propriedade.

- Entendi mas teria algum aqui perto? - Kiran diz pegando a arma do chão e olhando em volta.

- Todo objeto ou local de poder brilhará somente para você em azul cintilante. - Amélia disse olhando para a teia que Ignis tentara tirar do cavalo. - se não pode deter um inimigo junte-se a ele, ande rapaz vá pegar o poder da aranha e use-o contra ela.

O invocador coloca o bracelete em seu pulso e corre até onde seu mascote estava, chegando lá ele pede para que Ignis parasse com a magia e desse uma chance, o deus do fogo pergunta se ele tem certeza disso, Kiran confirmar com a cabeça.

O pequenino para com o feitiço de proteção, a teia volta a subir em direção ao coração do ginete, seu mestre utiliza o chicote e o encosta na linha que subia, a arma brilha com a cor amarelo cintilante e aparece um novo espaço no chicote com um coração desenhado em seu cabo. Kiran aperta o coração e a arma adquiri a aparência da teia.

Tânia começara a ficar ofegante, a benção de sua mãe estava terminando. Ela vê um dragão enorme voar por ela, com um homem em suas costas.

- Kiran! o que pensa que... - a guerreira repara na determinação do amigo e na arma nova em sua mão, ela bota sua espada no chão. - Reditum.

- Ignis e Tânia dar cobertura para homem dos cabelos brancos - o pequeno dragato coberto de fogo aparece voando ao lado da mestra. - Ele dizer para eu dizer para Tânia que precisamos chamar a atenção da aranha, o que Tânia achar?

- Se ele pediu isto deve saber o que fazer. - a mulher puxa seu arco das costas e corre para cima do enorme monstro.

Ignis carrega uma orbe de fogo do tamanho de Tarako e arremessa na inimiga que não sofre nenhum efeito mas foca sua atenção no pequeno. Tânia corre para o lado contrário e consegue acertar outra flecha no olho da besta, que desta vez volta sua concentração na mulher.

- Estou quase lá, continuem! - Kiran gritou enquanto Tarako quase chegava na parte de cima da patágora.

Os dois continuaram fazendo com que a inimiga revezasse a atenção entre eles, até que aranha consegue pegar Ignis em sua mão e começa a esmagar seus ossos. Sem que a aranha perceba, Kiran consegue saltar nas suas costas, o chicote agora ganha a forma de um espinho e o portador crava ele no monstro. A patágora arremessa Ignis contra suas costas e acerta o invocador os dois são arremessados porém Tarako consegue pega-los no ar.

- Obrigado amigo - o mestre da um pequeno abraço no nariz do dragão gigante.

- Tarako, cuidado! - Tânia aponta para aranha que começa a movimentar seus membros de um lado para o outro tentando tirar a arma de suas costas, o dragão tenta desviar do balançar de braços dela, mas acaba sendo arremessado e atirado no chão.

A patágora vira pedra e explode causando um nuvem de poeira por toda aquela região, Tânia se agacha e tampa seus olhos com o braço. Algum tempo assim, toda aquela tempestade passa, a sobredeusa vê Tarako no chão com Ignis e Kiran em baixo dele. Ela se levanta e corre até o local onde seus amigos estão.

- Ignis me responde por favor - ela se abaixa e coloca a mão sobre as asas do dragão, Tarako se ergue devagar e a guerreira pode perceber que ele só ficou assim para que a poeira da explosão não causa-se algum dano aos dois. Quando Tânia vê que eles estão bem, sorri. -  vocês estão bem?

- Ignis estar bem - o pequeno deus do fogo sorri e sacode para tirar a poeira do seu pelo - Obrigado Tarako, Tarako ser dragão bom, Tarako ser demais.

- Obrigado grande amigo - Kiran invoca o portal para que seu mascote volte para o mundo de onde veio - Agradeço pela ajuda.

O dragão entra no círculo negro e some. Os três se reúnem e vão até onde Tânia enterrou o ovo, tiram ele do local e quando vê que está tudo bem, Ignis respira fundo de alivio.

- Achei que não fossemos conseguir desta vez - a filha de Amélia diz, respirando cansada.

- Vamos voltar para Kutha e libertar logo Amélia - Kiran sorri feliz, sua roupa estava toda suja de terra.

Quando estão caminhando de volta para a vila, ouvem uma voz que qualquer um deles reconheceria, Natália estava atrás dos heróis junto de Drest e Otávio.

- Olá Tânia - a bruxa sorriu debochadamente - sentiu saudades?

- O que você está fazendo aqui? - a heroína se vira com raiva para sua  maior inimiga - suma da minha frente, antes que eu corte você em pedaços.

- Temo que isso não seja possível, minha filha - Lúcio estava do outro lado junto de Angin, a filha do deus das trevas e seus amigos estavam cercados.

- Ignis poder socar a cara dele? - a pequena divindade do fogo sussurra para a mestra.

- Não iriamos conseguir sair dessa nunca. - Tânia sussurra de volta e engole a seco.

Quando Natália estala os dedos, Otávio e Blank partem para cima dos guerreiros. Kiran fica na frente de Tânia, impedindo que o príncipe chegue perto da portadora. Ignis arremessa uma bola de fogo na cabeça do rei.

- Rei sentir saudades do fogo de Ignis? - o dragato aponta e ri da cara dele.

- Seu rato insolente! - Drest puxa sua grande espada contra o mini deus, que desvia e acerta mais uma bola de fogo.

Otávio vem com sua espada e Kiran desvia, o invocador aponta sua mão para o chicote que voa para ela. Ele tira a propriedade teia, acerta os pés do príncipe e o derruba no chão.

- Vai proteger a maior fugitiva do país? - o futuro rei range os dentes.

- Eu não me importo com o que ela fez ou o porque ela fez, você não vai tocar em um fio de cabelo sequer dela - o mago diz firmemente. - Tânia tem muito mais honra que todos vocês juntos.

- Ora quem você pensa que é para falar assim com o futuro rei destas terras? - Otávio se levanta e recompõe.

- Meu nome não é de interesse seu. - Kiran diz fazendo a sobredeusa, que segura o ovo entre os braços, rir.

- Tá bom já chega disto - Lúcio diz movendo sua palma da mão na direção de Ignis, o deus do fogo começa ser enforcado. Otávio e Blank recuam do ataque.

- Ignis? - Tânia fala se desesperando por causa do amiguinho - qual o seu problema Lúcio? alias qual o problema de todos vocês? o poder vale mais que uma vida?

- Simples minha cara - a bruxa joga uma corrente roxa para a portadora - coloque está corrente , venha conosco e traga este ovo junto.

- Tânia... Não.. Fazer isso. - Ignis diz tentando respirar, mas estava quase ficando sem ar. - Não se... Importar... Comigo... Tânia... Fugir... Com Kiran.

- Desculpe-me amiguinho mas você é como um filho que nunca tive, não posso abandona-lo - a sobredeusa pega o objeto do chão e coloca sobre seus pulsos.

- Tem certeza que é que quer fazer? - Kiran fala olhando para a amiga.

- Não posso arriscar a vida dele - ela diz chorando - Ignis nunca teve nada a ver com isso.

Tânia abraça Kiran, agradece pelo que ele fez e caminho em direção a seu pai. Lúcio solta Ignis no chão, que leva sua pata a garganta e tenta recupera o fôlego. Quando chega ao lado dos inimigos, a filha de Amélia olha para Ignis, sorri mesmo com lágrimas nos olhos, o pequeno olha para ela e começa a chorar.

- Vamos sair daqui - o deus das trevas sorri e teleporta todos de volta ao castelo.

sábado, 4 de julho de 2015

Prado e Ignis veem de longe Tânia partindo, os dois entram na cabana, deixam suas coisas sobre a mesa, em seguida Lanuzi volta para dentro.

- Como foram lá meninos? - ela pergunta se dirigindo ao interior para começar a cozinhar o alce que Tânia caçara.

- Prado ser ótimo conselheiro, ele aconselhar Ignis a tomar cuidado ao enfrentar outro portador, Ignis entender tudo. - o pequenino fica serio e tenta fazer cara de mal, tornando o mais fofo do que já era.

- Que bom que você aprendeu - diz a mulher arrumando as tigelas na mesa -   Mas agora está na hora de comer.

- Quer que eu te ajude? - Prado disse, sua mulher não recusou o pedido.

Os três arrumaram toda mesa enquanto o alce cozinhava, quando ficou pronto cada um ia se servindo a gosto .

- Tânia foi sem comer? - O chefe de Kutha perguntou preocupado.

- Foi, porém eu coloquei um agrado para ela na bolsa - Lanuzi riu.

- E você amiguinho, já sabe para onde ir? - Prado disse para o felino.

- Näo saber onde encontrar portador de arma sagrada para poder tirar sangue dele, mas já sei quem vai dizer a onde Ignis deve ir - O pequeno disse ficando em pé no banco de pedra.

- Um pergunta talvez idiota para vocês - a mulher continuou - Mas vocês são portadores também não são?       

- Sim mas o que isso tem a ver? 

- Então porque vocês não dão seu sangue? - ela pergunta pegando um faca e indicando um corte imaginário no pulso.

- Ignis pensou na mesma coisa que mulher grávida - o dragato coça a própria cabeça - Prado também dizer que não saber então eu ir falar com Zelani, Zelani tem respostas para tudo, Zelani ser rainha da fadas.

O casal sorriu para o felino que retribuiu o gesto, os três passam o resto do jantar em silêncio. Lanuzi sempre foi uma cozinheira de mão cheia, sua mãe uma vez chamou-a de mãos mágicas.

Assim que acabou de se alimentar, Ignis levanta para sair e começar sua missão, ele leva uma bolsa pequena apenas com algumas coisas essenciais que Lanuzi preparou, o pequeno de um abraço nos dois, acena e sai voando pela porta da cabana.

No castelo os noivos se preparavam para fazer o anúncio do casamento real para o povo.

- Entenderam o plano? - Lúcio disse aos dois - Não irei repetir.

- Tá bom já entendi - Natália disse suspirando. - Podemos ir agora? não vejo a hora.

- Vamos lá então - Otávio disse sorrindo pegando na mão da bruxa.

O som das cornetas invadiram toda região, todo já estavam preparados para que a princesa anunciasse algo. Enquanto a população comemorava cada palavra que saia da boca de Otávio, Lúcio estava de espreita apenas esperando qualquer movimento brusco vindo de qualquer lugar. O discurso do príncipe já estava acabando.

"Está demorando demais, onde está ela?"

O deus estava agoniado, se sua filha não comparecesse teria que pensar em outra forma de atrair ela para o reino, quando Otávio terminou o discurso e beijou sua noiva. Lúcio sorriu e envolveu Natália numa orbe mágica, a flecha bate e quebra ao meio. Tânia havia atacado diretamente a bruxa, a população ficara surpresa, mas depois que a guerreira deu as costas e se foi, Otávio teve que distrair os moradores da região com mais um beijo na bruxa. Por conseguinte ao anúncio os três voltam para dentro do castelo.

- Não acredito que ela caiu nisso! - Natália disse sorrindo - Lúcio você tinha razão vai ser fácil transformar aquela imbecil em um monstro.

- Eu consegui sentir sua ira de longe - o deus falou serio - mesmo sendo um sentimento ruim, ainda temos que trabalhar em desenvolver mais alguns ali, para que a injustiça possa ser feita.

- E qual o próximo passo? - a bruxa perguntou fazendo Lúcio chegar perto de seu ouvido, sussurrando algo tão baixo fazendo Otávio, que estava na sala, franzir as testas.

- Entendeu? - a divindade perguntou ainda com a expressão seria.

- Sim, esse seria um grande passo para poder transformar ela - a princesa disse olhando para o horizonte - entendo que isso talvez seja necessário.

- Talvez sim ou talvez não - Lúcio disse - Só o tempo dirá.

Natália bocejou mostrando todo seu cansaço, já estava de noite e até mesmo as bruxas precisavam do seu tempo de descanso, ela pega seu noivo pela mão e se dirigi a porta.

- Você fará o que agora? - a bruxa perguntou se virando de frente a entidade.

- Acho que darei uma volta por ai.

- Faça isso será bom para distrair sua mente um pouco, afinal até um deus precisa desfocar dos problemas da vida - Natália disse saindo junto de Otávio para o quarto real.

Lúcio concordou que precisava dar uma volta por ai e saiu pela noite afora.

Ignis quando chegou ao seu destino, deu de cara com a pedra da fada completamente destruída, ele mesmo assim tenta chamar Zelani, porém ninguém o respondeu. O dragato então resolve se sentar onde estava a pedra e pensar um pouco no que poderia ser feito, tira um pedaço de carne que alce que Lanuzi havia embrulhado em folhas para conservar e começa a comer, até que escuta um mulher chorando. O deus do fogo guarda o resto da carne de volta na pequena bolsa e vai atrás do som.

Ele acaba encontrando a rainha das fadas amarrada numa árvore, sem forças, sem brilho e com a cara péssima de exaustão.

- Zelani! Dragato escutar você, Dragato ajudar você - o pequenino queima a corda - O que acontecer com você? Diz para Ignis que Ignis queima todos eles.

- Ignis, fico feliz em ver alguém conhecido, precisamos sair daqui agora mesmo - Zelani diz se levantando - Siga-me tem uma caverna aqui perto.

Os dois rapidamente saem daquele lugar, Zelani não conseguia voar então corria como uma humana normal, Ignis ia seguindo a amiga nas árvores, sua agilidade era incrível. Chegando na toca, a fada está eufórica e pede um tempo para a pequena divindade, depois que recupera o fôlego ela começa a explicar.

- Então Ignis se não fosse você talvez eles me matariam. - Ela disse se sentando no chão.

- Quem ser eles? - o dragato pergunta se sentando na frente dela para ouvir.

- Humanos mais precisamente monge do tempo do vento - Zelani diz olhando para o lado de fora da caverna como se esperasse alguém a qualquer segundo - A deusa deles prega que ela é a única que existe e que o resto é uma farsa, então eles procuram exterminar todos os farsantes que não acreditam no mesmo que ele.

- Entender Zelani, eles achar que Zelani é uma farsante por acreditar em nós deuses que não são deuses deles?

- Exatamente isso que você disse.

- O que acontecer com poderes de Zelani? - O deus perguntou coçando a cabeça.

- Eles pegaram minha varinha, pouca gente sabe mas todos meus poderes estão concentrados nela - Zelani disse olhando para sua falta de brilho e suas asas caidas.

- Onde ficar esses intolerantes? dizer para Ignis que Ignis queimar bunda deles e da deusa deles também.

- Não ficam muito longe daqui - Ela se levantou e foi até a entrada da caverna - se seguirmos reto para o norte chegamos em minutos.

- Então segure-se - Ignis se levantou pegou a rainha das fadas e saiu voando a toda velocidade.

Quando volta ao castelo Lúcio conta a Natália tudo que havia feito e visto na noite passado, o que o surpreendeu afinal nenhum portador das principais armas sagradas tinha aparecido em anos. Ele teleportou os três para a biblioteca que havia no castelo e pediu a bruxa para ver seu próprio livro, ela aceitou mas colocou uma magia para que somente ela conseguisse ler ele. Otávio se sentara numa cadeira para assistir tudo.

- Mesmo odiando isso, leia o índice dele. - Lúcio disse andando de um lado para o outro.

Natália foi lendo o título de cada capítulo, quase no último o deus pede para que ela pare e abra na página correspondente.

- "Armas Milenares" - Natália franziu a testa  - é este aqui mesmo?

- Sim ai fala das três principais: Invocação de bestas, gravitacional e uma que está em interrogação.

- Essa da interrogação seria a arma secreta? - Otávio perguntou para entrar no assunto.

- Exatamente, nenhum ser que saiba sobre ela é permitido contar ou escrever sobre. - Lúcio disse serio.

- Ou seja para que eu e Otávio saibamos de algo teremos que descobrir nós mesmos? - Natália cruzou os braços e arquejou a sobrancelha.

- Acredite seria não seria muito útil vocês saberem dela, afinal o ser que irá libertar ela da torre ainda nem nasceu, não devemos nos preocupar com isso. - o deus disse levando sua mão ao queixo para pensar.

- Como sabe que ele ainda não nasceu? - o príncipe disse curioso.

- Quando ele nascer todos nós saberemos, acredite. Por hora vamos focar no que importa.

- Se não trouxe a gente aqui para falar sobre elas - Natália mudou sua expressão começava a desconfiar do deus. - então para que trouxe?

- Para lhes contar algo sobre isso tudo e concluir um feitiço de vigilância. - a divindade ainda estava seria.

O deus falou para os dois que somente uma pessoa havia conseguido segurar tanto poder destas armas, assim que essas pessoas morreram dez mil anos haviam se passado e ninguém com tamanha força tinha nascido, ele contou também que ninguém o informou que essa arma sumira das terras divinas.

- Natália peço que coloque sua mão sobre o desenho do livro que indica a arma sagrada da invocação e repita comigo.

A bruxa repousou sua mão exatamente onde Lúcio pedira e repetiu todas as palavras, assim como combinado, uma orbe marrom sai de dentro do livro na mão dela, o deus invocou três espelhos especiais e pediu para que Natália jogasse a orbe dentro de um deles. Assim que o fez a imagem mostrou Kiran fugindo dos monstros.

- Uma hora ele se cansa ou não tem mais caminho. - o deus disse sorrindo.

- Ora se a arma é tão forte porque ele não vira e luta? - o príncipe dissera, mas os outros dois na sala ignoraram a pergunta por alguns minutos até que Lúcio responde.

- Ele ainda não aprendeu o suficiente, só colecionou três feras e nenhuma delas é lendária.

Na imagem, o cavalo chegou a cachoeira e arremessou seu mestre para dentro dela, quando os três reparam que havia uma pessoa tomando banho dentro dela. Uma mulher sai apenas com a roupa de baixo de dentro das águas para defender aquele homem dos monstros. Quando Lúcio nota o que fizera arregala os olhos.

- Eu acabei de fazer justamente o que eu não queria que acontecesse - o deus fica com raiva e soca o espelho, por sorte não danificou nada.

Otávio solta um pequeno riso, mas quando percebe o olhar de raiva de sua noiva e do deus, logo coloca as mãos sobre a boca.

- O que é tão engraçado? - Natália diz cruzando os braços e chegando perto do cônjuge. - Ande fale! antes que eu mantenha sua língua presa até o casamento.

- É que Lúcio querendo fazer algo ruim, acabou fazendo algo bom.

- Este é o destino da vida, você nunca sabe se suas ações vão acontecer exatamente como você quer - Lúcio diz um pouco mais calmo.

- Vamos ver no que isso dará. - a bruxa diz se sentando numa cadeira perto da mesa do livro de Lúcio.

Os três passam o resto do dia vigiando o portador e Tânia, para saber cada passo que eles dão, para impedi-los de ficarem mais fortes.

Zelani e Ignis chegam ao tempo, mas preferem se esconder atrás de uma árvore e observar tudo. Haviam todos os tipos de monges possíveis ali, uns meditando, outros aprendendo golpes e magias de luta, ao fundo um grupo lia alguns livros antigos e um deles se destacava, sua vestimenta não era marrom igual a de todos os outros, era dourada com uma faixa azul que começava no ombro e termina na cintura.

Esse monge diferente andava com mais dois um de cada lado dele como se fossem assistentes, Ignis deduziu que aquele homem era o chefe do templo.

- Ignis olha - Zelani sussurra e aponta para cartazes de pessoas, vários com um "x" de vermelho cortando a imagem, a única imagem descoberta era a da fada e muitas outras vinham depois dela cobertas com panos.

- Eles matar por não aceitar o culto e religião que outros escolher? - o deus do fogo disse.

- Você não conhece o seres humanos, eles matam porque não aceitam a diferença uns dos outros. - a rainha das fadas disse com a expressão de chateação, ela tinha esperanças ainda na raça humana.

- Humanos ser engraçados, deuses maiores sempre ensinar para deuses menores que só existir uma coisa que unir todos nós, sejamos deuses, humanos, elfos, exilados, demônios, anjos, entre outra milhares de raças diferente - Ignis disse sorrindo e se aproximando da fada - o amor, o amor unir todos nós, porque humanos não entender isso?

- Também não sei pequeno, também gostaria de saber o que eles tem com as diferenças.

Os dois ficaram em silêncio apenas observando e aprendendo tudo o que eles faziam, alguns minutos depois um sino toca, todos os monges se alinham em fileiras de frente para o templo, uma mulher encapuzada sai de lá flutuando, os homens se curvam. O comandante vai ao lado da mulher e anuncia.

- Caro povo! - sua voz forte e poderosa, consegue alcançar todos ali naquela região - Nossa deusa quer que continuemos a caçada aquele infiéis que não seguem nossa doutrina! Morte aqueles que não acreditam em Angin.

Ao ouvir o monge falar aquele nome, Zelani arregalou os olhos, Ignis percebeu a surpresa da fada mas manteve-se focado no discurso.

- Iremos revelar quem será o próximo a morrer em nome da deusa - Todos os monges mantinham-se calados apenas escutando as ordens do comandante. - Em nome de Angin, seu comandante Weize ordena que vocês persigam e eliminem.

Quando o próximo cartaz foi mostrado, um homem bem diferente do normal, foi mostrado. Seus chifres de bode e seus dentes super afiados não enganavam ninguém, a imagem de Lúcio foi mostrada, assustando Ignis.

- Aquele ser deus das trevas - o pequeno deus sussurrou olhando para a fada - Lúcio ser forte, Lúcio matar todos eles, eles não dar conta de matar Lúcio. O que faremos rainha?

- Eu sei o porque daquela deusa querer eliminar Lúcio - Zelani engoliu a seco, nervosa - Angin é o nome da irmã bastarda do deus das trevas, seu pai teve relações fora de seu casamento com outra deusa e criaram essa sobredeusa.

- Lúcio ter irmã? como ninguém saber dela? e porque ela querer matar o irmão? - Ignis ficara surpreso.

- Angin nunca pode ficar nas terras divinas por ser filha de uma relação proibida em relação a visão dos deuses, no segundo em que nasceu foi mandada para a terra, assim como Lúcio, dizem por ai que ela está atrás dele já a algum tempo. - a fada informou como se tivesse medo da deusa.

Os monges levantaram sua mão de forma fechada em direção a deusa e começaram a pronunciar um monte de palavras que somente eles conheciam, até que Angin tira seu capuz. A mulher tinha o cabelo todo azul, uma tiara na sua cabeça com um pingente de lua minguante na testa, seus olhos não eram comuns mas sim feitos de cristais, seus dentes eram afiados idênticos aos de seu irmão, no colar estava escrito "AR" e em sua face uma tatuagem de águia em cada olho, ela então sorriu e apontou na direção dos dois espiões atrás da árvore.

- Saiam! - Ninguém respondeu ou se mexeu - Zelani pode sair dai, eu sinto sua energia imanando e traga seu amiguinho junto, antes que eu mande meus pregadores te perseguir novamente.

Ignis e a fada saem de trás das árvores, os monges de viram em direção a eles, Angin faz um sinal e abre-se um corredor entre os seus súditos, ela vai até os dois e sorri.

- Vejo que você está apagadinha para ser uma rainha das fadas não acha? - Ela se virou para seus homens - Vejam! Acham mesmo que essa mulher é uma fada de verdade? Olhem isto - Angin encosta na asa de Zelani, Ignis voa e empurra a deusa para longe da amiga.

- Ignis não deixar você encostar um dedo na rainha da fadas - o dragato voava em frente a fada cruzando os braços e lançando um olhar desafiador para a inimiga.

- E quem você pensa que é ratinho? - Ela ri da cara da divindade em deboche.

- Eu ser Dragato, não rato, eu ser forte, eu não deixar que você encoste na rainha das fadas, eu ser deus do fogo!

Assim que termina a frase, Angin arqueja a sobrancelha e recua em direção ao templo novamente. Quando chega ao lado do comandante novamente ela brada para todos.

- Vejam caros súditos, esse projeto de gato mal feito está sendo infiel a sua deusa. - Ela aponta para Ignis. - eu sou a única verdadeira e vocês sabem disto! Quem me trouxe a pele deste felino ganhará o posto de sub comandante das minhas tropas e eu realizarei o pedido que quiserem.

Os monges se viraram em direção aos dois inimigos e anunciaram o ataque.

- Zelani voltar para trás da árvores, - A fada correu e se escondeu novamente - Ignis esquentar e chutar a bunda de todos esses carecas.

O dragato sabendo que eles lutavam com seus punhos, revestiu todo seu corpo em fogo e partiu para cima, ele rebatia em cada um deles, como se ele fosse a bola e os monges pinos de boliche. O pequeno deus pegava alguns e arremessava contra outros, em questão de segundos todos os monges haviam sido derrubados.

O comandante arregalou os olhos e engoliu a saliva nervoso.

- O que faremos agora deusa? - o comandante disse nervoso.

- Entre e cuide da varinha da fada, eu mato esse rato.

- DRAGATO! VOCÊ SER BURRA? - Ignis gritou nervoso para que ela ouvisse.

Weize correu para dentro sobre a ordem da deusa, Angin levantou sua palma da mão e várias lâminas de vento saíram e foram na direção de Ignis, que foi desviando de cada uma delas e queimando as que não conseguia tirar de seu caminho.

O deus colocou sua pata no chão e um rio de lava saiu em direção a deusa do vento, ela juntou as mãos e bloqueou o ataque usando ar para que a lava não chegasse nela, nem no templo.

- Ignis! minha varinha está lá dentro eu preciso dela para poder te ajudar - Zelani disse de trás da árvore.

Ignis levantou seu braço e uma rajada de fogo saiu de sua pata.

- Vá rainha! Entre e pegar o que é seu! - Angin bloqueava a rajada de fogo facilmente com seus ventos poderosos, mas se focasse sua atenção na fada entrando iria ser queimada, então preferiu ignorar e confiar em seu comandante.

O templo parecia ser maior do que por fora, lá dentro Zelani ficara admirada com a beleza do local, tudo era praticamente feito de prata e o alumínio. Ela começou a correr, sabia que Angin era mais forte que o pequenino deus, tinha que ajuda-lo. Entrava em cada quarto e não encontrava nada, a não ser inúmeras camas com um altar para a deusa, ela subiu as escadas e deu de cara com o comandante de frente a um altar maior, vários artefatos estavam nele, certamente aquele era o local em que a deusa ficara.

 Num local mais alto uma estátua da deusa brilhava num tom verde azulado e sua varinha na mão dela, Zelani reconhecera no nariz da estátua uma argola, a arma sagrada dos ventos. Weize se levantou e virou contra a fada.

- Você não pode estar aqui, este local é sagrado e somente para monges - Ele disse calmamente - se respeita o culto dos outros saia deste lugar agora!

- Pera aí, não sou eu que mato e persigo seres humanos e não humanos para que minha doutrina prevaleça. - A fada se encaminha para perto de sua varinha. - agora eu preciso por gentileza que você me dê minha varinha de volta, meu amigo está lá fora tentando parar a ira de sua deusa e eu preciso ajuda-lo.

- Não posso permitir isso, Angin mandou eu guardar ela a todo custo, mesmo que seja com a minha vida.

- Vai obedecer o que aquela farsante diz ? - A fada diz indignada.

- Olha como fala com a deusa suprema - Weize pega uma besta e aponta para Zelani.

A rainha levanta as duas mãos.

- Você não precisa disso, veja, não tem a mínima possibilidade de eu ganhar de você em uma batalha.

O comandante começara a chorar, a fada foi chegando perto dele com todo cuidado, abaixou a besta e o abraçou. Ele não quis retribuir mas ela continuo ali de forma a acalmar o homem.

- Não estou aqui para guerrear com você.

Weize mais uma vez recuou e apontou a besta para a fada.

- Saia daqui agora não quero ter que te matar, ande farsante antes que minha pena de você acabe!

Zelani ficou sem entender porque o homem chorava, porém os dois ouviram uma explosão e Ignis sendo arremessado para dentro do templo. O deus menor estava coberto de ferimentos, ele olhou para Zelani, deu um último suspiro e desmaiou.

- IGNIIIIS! -  a rainha grita desesperada, olha da sacada para o andar de baixo e começa a chorar.

Angin caminha logo em seguida para dentro do templo e sorri.

- Havia muito tempo que não lutava com alguém tão forte, admiro sua força rato mas não será páreo para me derrotar. - Zelani desce correndo as escadas e fica perto do felino. - Assim está ótimo é bom que morre dois em um só golpe.

A deusa se aproximou, a fada ficou na frente da divindade pequena e ergueu seus braços.

- Não vou deixar que faça isso a este pobre animal.

- Sem sua varinha você irá fazer o que? - a irmã das trevas riu debochadamente.

- Porque isso tudo? - A fada dizia - só por causa da busca a seu irmão?

- Como ousa falar dele aqui no meu templo - Angin levanta sua mão e solta ventos tão fortes que faz Zelani cair e bater numas das paredes de madeira do templo. O comandante desce calmamente as escadas com a besta em suas mãos.

A rainha das fadas se levanta com a boca levemente sangrando e volta a caminhar lentamente para frente do amiguinho, quando estava quase chegando a deusa chuta seu estomago, fazendo com que ela caia.

- É o fim Zelani para que ficar insistindo? acabou! - Weize chega ao lado da deusa.

- Enquanto... Eu.. Puder... Caminhar.. - a fada dizia entre respirações - Continuarei... Buscando... A... Bondade.

- Como você é patética! - Angin continuou com as provocações - nem na hora da morte você continua sendo a mesma de sempre?

O comandante franziu a testa.

- Senhora, você já os conhecia antes? - Weize perguntou desconfiando.

- Não.. ham... quer dizer, já esbarrei com eles uma vez.

- Você nem ao menos... disse a verdade para... eles? - Zelani olhou para Ignis, seu corpo já estava mais ali, então ela disfarçadamente percebe que o dragato está subindo a escada mesmo sem conseguir andar, suas forças estavam acabando mas ele não ia desistir, então a fada tenta distrair os dois. - Conte Angin... de onde você veio.

- Eu sou a deusa suprema, a única que existe nesse plano e no plano espiritual. - A deusa disse nervosa.

O comandante passara tanto tempo com a mestra que sabia quando a mesma mentia.

- Senhora, de onde vocês se conhecem? - O comandante perguntou com a cabeça baixa, a raiva estava tomando conta do seu coração.

- QUER MESMO SABER!? - Angin começara a gritar nervosa, enquanto isso Ignis conseguira chegar aos objetos sagrados e estava escalando mesmo sentindo dores em todo seu corpo e perdendo muito sangue.
- EU NÃO SOU A ÚNICA ESTÁ LEGAL, EXISTEM MUITO DEUSES IGUAIS A MIM, VOCÊS JÁ MATARAM MUITOS MAS ESTES ERAM PEQUENOS, EXISTEM DIVINDADES MUITO MAIS FORTES!

Weize se deixou tomar conta pela raiva e apontou a besta para sua sagrada mestra. Ele chorava e respirava fundo.

- Você nunca reconheceu meu amor pela senhora! - O apaixonado disse, surpreendendo Zelani, Ignis conseguira pegar a varinha da amiga. - EU SEMPRE FIZ TUDO POR VOCÊ E VOCÊ MENTE ATÉ PARA MIM, SUA FARSANTE, VOCÊ É A FARSANTE AQUI! OLHA QUANTOS MORRERAM POR SUA CULPA.

- E quem liga para quantos morreram? - A deusa riu debochadamente - Acha mesmo que essa besta pode me atingir, então tente a sorte!

Angin virou fumaça e se misturou ao vento, apareceu atrás de seu súdito e todas as unhas de uma mão nele, um pequeno vírus foi depositado em suas costas. Weize ficou parado por uns instantes, imóvel.

- Agora me obedeça e mate o rato para que Zelani sofra mais ainda . - o comandante se mexeu parecendo um morto vivo e foi em direção as escadas, Angin ia pergunta a onde ele ia, mas deu de cara com Ignis e a varinha de Zelani na mão. - A onde você pensa que vai com isso? Ande escravo pega a arma e mate-o.

- Ignis diga o que quer a varinha e ela te dará - A fada disse deitando-se no chão com suas dores incessantes no dorso.

- Ignis querer salvar amiga... Ignis querer ser forte e grande... - Weize mirou a besta e atirou - IGNIS SER DRAGATO, IGNIS SALVAR AMIGA E A TODOS DAS GARRAS DE DEUSA MÁ!.

A terra começou a tremer, a lava invadiu o templo, o dardo da besta bateu em uma besta enorme, coberta de lava e pedras incandescentes, o teto foi destruído e no lugar do chão apenas lava, mas era especial por Zelani não se queimava com ela. Angin fez uma barreira de vento em volta de si para que o rio de lava não tocasse seus pés.

- Vemos que o rato está maior, mas lembre-se quanto maior o tamanho maior a queda! - Angin voou até a cabeça de seu inimigo, parou e lançou uma rajada de vento - Ignis bradou e soltou um raio de fogo de sua boca, arremessando a deusa para longe.

O escravo zumbi pegara uma espada e escudo que tinham sobrevivido a queimação e parte para cima do monstro gigante, seus golpes não chegam nem a arranhar o deus do fogo. Angin se levanta e ataca junto de seu aliado, Weize é queimado vivo pela lava e a deusa recebe um soco de jogo, que acaba fazendo ela se defender com uma barreira, porém sua defesa é completamente destruída e ela cai por terra.

Zelani pega um pedaço de pedregulho dos destroços do templo e arremessa contra a inimiga, ela fica tonta e Ignis pisa em cima da inimiga. Assim que tira o pé a vê toda ensaguentada, mas mesmo assim ela consegue se levantar, apoiando-se no chão e dizer.

- Como pode ter ficado tão forte? - A deusa balança as mãos e pega sua arma sagrada do andar de cima com uso de magia - Vai ter volta vocês me aguardem!

Então o vento sibila, ela vira fumaça e vai junto com ele. Ignis consegue voltar ao normal, a varinha também curou suas feridas,  caminha e entrega a arma para a aliada que na mesma hora que a recebe, sente o brilho voltar, as asas voltam a ficar em pé e sua coroa volta a cabeça.

- Ignis conseguir ajuda Zelani, mas Ignis não conseguir impedir deusa malvada de Fugir.

- Não se culpe me amiguinho, o principal você já conseguiu - A rainha da fadas sorridente, caminha até onde o sangue ficara, lança uma magia e faz todo aquele plasma virar uma pequena corda.

- Sangue de portador? Zelani sabia que Ignis querer isso?

- Na verdade Amélia já sabia de tudo, ela me deu uma dica antes de eu atender o pedido do monge que me amarrou "Acerta com força na cabeça" - a fada sorriu - eu só fui entender quando a pedra estava ao meu lado.

- Amélia ser deusa muito inteligente, Amélia saber futuro mas não poder contar? - o deus franziu a testa.

- Exatamente - Ela começou a voar - Tenho que voltar a terra das fadas e você tem que ir para as montanhas do sul.

- Ignis agradecer a Zelani por tudo - ele abraça as pernas dela e sorriu - Até mais Rainha!

Ela acena e sai voando em direção ao céu, a pequena divindade olha em e volta, respira fundo e sai pelos destroços em direção ao sul.

O vento ficou mais denso nas redondezas do castelo, Lúcio percebera e sorrira, o deus se teleporta até a porta do castelo, abre e dá de cara com uma mulher toda machucada.

- Ande logo imbecil me deixe entrar! - Angin diz já entrando, mancando e com uma das mãos nos seios...


domingo, 28 de junho de 2015

Tânia volta para a cabana coloca o alce na mesa, joga o papel em cima dele e sai de perto. Lanuzi vendo tudo seca suas mãos no vestido e estranha a atitude da amiga.

- Alguém não teve um dia de caçada bom - Ela sorriu - O que foi que houve? algum bicho te mordeu?

- Veja, isso... - Tânia cruza os braços, a chateação está estampada em seu rosto, ela respira fundo.

Lanuzi sem entender direito pega o anúncio, quando olha não acredita no que lê, arregala os olhos e vai para perto do amiga.

- Você está bem?

- To sim - Ela olha em volta da pequena casa - Onde estão Prado e Ignis?

- Prado, foi ajudar Ignis a arrumar as coisas para partir e eu acho que você devia fazer o mesmo - Lanuzi disse tentando puxar o alce da mesa, mas ele era bastante pesado então ela decidiu arrastar ele até os fundos para fazer a limpeza.

Tânia começou a juntar tudo que conseguia, colocou sua faca na bota, seu arco com o aljave nas costas,  amarrou seu cabelo e foi ver a amiga antes de ir. Lanuzi já estava toda suja de gotas de sangue, mas o grande animal estava praticamente limpo.

- Acha que dá para você e Prado se alimentarem enquanto estamos fora? - Tânia mantinha sua expressão de desapontamento estampada em sua casa.

- Com certeza e ainda sobra para quando vocês voltarem - A mulher sorriu.

- Lanuzi - Tânia disse se encostando na parede da cabana - Acha que isso tudo valerá a pena?

- Como assim? - A cozinheira se levantou, ficou em pé e olhou para a companheira - Fala do anúncio que diz que Otávio foi encontrado e que será anunciado hoje para todas as pessoas dos dois reinos?

- Não exatamente, a questão é: Será que depois de passar por isso para salvar ele, no que vai dar?

- Se vocês seguirem os contos clássicos - Ela levou sua boca a mão - vocês se casarão e serão felizes para sempre.

- Ai é que tá - Tânia olhava para o horizonte - Não quero ficar aqui, não sendo rainha, quero continuar por ai combatendo o mal que meu pai causa.

Lanuzi diz que apoiará qualquer coisa que amiga fizer, elas se abraçam e a mulher de Prado acompanha a guerreira até a saida da vila.

- Boa sorte minha amiga, que Zelani te guie em seu caminho - Ela volta a abraça a amiga mas dessa vez sussurra em seu ouvido - Você ama mesmo Otávio?

- Amar é uma palavra muito forte amiga - Tânia sussurra de volta - Sinto uma atração muito forte por ele, acho que só vendo para saber se o que sinto é forte assim.

- Vá vê-lo então. - Elas se afastam e Lanuzi Sorri.

Tânia sobe em seu cavalo, acena para a amiga e parte para floresta a dentro, cada vez mais se afastando da vila, agora era só ela, como nos velhos tempos.

Enquanto isso no castelo, Natália se preparava para fazer o anúncio falso de que Otávio estava vivo e de que eles iriam unir os reinos se casando. O príncipe entra na sala com seu uniforme branco e dourado, sua espada presa na bainha da cintura e um sorriso de felicidade tão grande que maior não havia. Ele vai em direção a sua noiva, a beija e vira seu corpo para o espelho.

- Você está tão linda! - Ela abraça ela por trás, Natália sorri pela primeira vez de felicidade.

- Obrigada, meu anjo.

- Podemos ir? - Ele segurou a mão dela e saiu andando. - Quero anunciar para todo mundo a perfeita mulher que eu tenho.

- Claro que podemos.

Os dois saem da sala e dão de cara com Lúcio encostado em uma parada a frente, justamente esperando eles saírem. Lá fora o povo todo reunido fica cochichando e comentando, alguns apostam que Tânia vai aparecer de novo, outros dão felicidades ao casal e o grupo ao fundo tem tanto medo da magia de Natália que prefere não se aproximar.

As vozes só se silenciaram, quando os guardas começaram a soar as cornetas anunciando que a família real atual iria sair do castelo e se expor para todos ali. Quando Otávio e Natália entram de braços dados, o povo ovaciona os dois, ouvem-se aplausos, gritos e flores até mesmo flores são arremessadas para os dois. Lúcio vem em seguida com uma mascara e um sobre todo para que a população nao reconhecesse o deus.

- Meu caro povo! - Otávio foi quem deu o pontapé inicial do discurso, surpreendendo a todos até mesmo Natália e Lúcio. - Estamos aqui hoje para comemorar que a sua princesa me salvou das garras da inimiga do continente!

O povo aplaudiu a ação, mesmo que fosse mentira, da princesa.

- Não fiz mais do que minha obrigação - ela disse ao noivo.

- E é por esse motivo que estamos aqui hoje - ele continuava o anúncio - Sua princesa e eu iremos nos casar!

Todos gritaram de alegria. Um zumbido percorre toda a região do castelo, um flecha, mas não era qualquer uma, Lúcio levanta a palma da mão e envolve Natália que nem havia percebido o ataque. Quando todos se voltaram para a região fora do castelo, uma pessoa montada num cavalo com seu arco em mãos, com a respiração pesada e alguns ouviram seu choro.

O deus malígno apenas sorriu, afinal todos ali sabiam quem era. Tânia apenas guardou o arco em suas costas e voltou para dentro da floresta, cavalgando, apenas na compania de suas lágrimas.

Enquanto os três malvados ficam para trás afim de terminar o anúncio, Tânia se senta sob a sombra de uma pequena e singela árvore. Imagina o que teria que fazer para liberar Otávio das garras bruxa, "mas será que é isso o que ele realmente quer?" ela pensou. Ficou ali parada tempo o bastante para adormecer em cima das raízes.

Lúcio estava admirando a noite, deuses não precisavam dormir, ele adorava a noite porque quase não havia luz, dando espaço para as trevas dominarem tudo. O deus aproveitou para andar pela floresta escura, ouvia o uivo dos lobisomens e em seguida gritos de desespero, ele se teleportou para perto, queria ver a cara das pessoas sendo atacadas pelo monstro. Um pequeno vilarejo era, aos poucos, destruído pela fera, tudo estava um perfeito caos o que fazia Lúcio rir com a cena que via.

O lobisomem continuava a dizimar a população por completo, a manhã chegava e o sol saia iluminando toda região, fazendo o monstro parar, Lúcio não iria deixar então camuflou a região fazendo com que a luz do sol não passasse, deixando-a totalmente escura. A besta ia em direção a ultima pessoa viva na vila, uma menina devia ter por volta de oito anos, pequena, chorava de medo. A cada passo da fera, Lúcio sorria com mais felicidade, adorava ver destruição, ainda mais quando havia mortes também.

Assim que o monstro se jogou em cima da garota, uma fênix surge e acerta em cheio seu corpo, fazendo-o  cair. Um garoto se aproxima andando lentamente, aparentemente nenhuma arma em sua mão, Lúcio cerra os olhos estranhando o novo ser que aparecera, afinal invocadores por essas área são raríssimos de se encontrar. O garoto fica parado alguns passos longe da fera. esta volta a atacar o mago que continua sem mexer um músculo, seu mascote acerta novamente o inimigo e pousa no chão.

- Mais um para coleção Felícia - A fênix bate as asas, seu mestre tira uma faca da bolsa e corta a cabeça do lobisomem que é diminuída com magia e colocada em seu bolso. - Podemos ir agora.

Lúcio percebe que aquele garoto era mais um portador e que deveria ser eliminado antes que se unisse a outros heróis. O deus então manda três demônios atrás do jovem, que nem se vira, somante manda Felícia atacar, para sua surpresa a fênix não consegue defender o dano e é arremessada para longe, o invocador corre para amparar sua mascote.

- Você está bem? 

O invocador abre um portal vermelho no chão para que a ave volte para o seu mundo, ele olha o deus no alto do monte e torna a se focar nos monstros a sua frente, mais um portal aparece porém dessa vez da cor branca. Um alasão sai de dentro dele, o mago sobe no seu novo mascote e foge para dentro da floresta, Lúcio comanda suas bestas para seguir e eliminar esse inimigo, enquanto ele volta ao castelo.

Tânia acorda, com a aparência péssima e cansada, se levanta daquele meio e repara que seu cavalo não fugira mesmo sem estar amarrado, ele havia se deitado perto da mestra. Ela ouve o barulho de uma queda de água próxima e decide que devia cuidar mais de si mesma, então vai até cachoeira, deixa suas roupas numa pedra a beira da margem e mergulha nas águas geladas contudo agradáveis.

O banho é tranquilo o bastante para que pensasse em toda sua vida até aquele momento, imaginando o que mais teria de enfrentar pelo seu final feliz. Ela fecha os olhos e evade seu pensamento do presente, imaginando a vida que sempre desejou ter. Ela ouve barulho de cavalgadas vindo em sua direção.

- Já não era de se esperar, o dia estava tranquilo demais - Tânia revira os olhos e respira fundo , se levanta contudo quando se vira repara num homem cavalgando a toda velocidade em sua direção, o cavalo para devido a água e o rapaz em sua garupa é arremessado para dentro da cachoeira,  Tânia se abaixa para não ser acertada pelo corpo masculino.

Ela corre, mesmo portando apenas roupas íntimas e molhadas, pega seu arco e atira duas flechas ao mesmo tempo nos dois monstros, ele ficam atordoados. O rapaz chega a beira e só então repara naquela linda mulher, que estava lutando contra os terríveis monstros que há algum tempo estavam atrás dele, seus olhos ficaram admirados com tal coragem vindos de uma moça.

Tânia chama sua espada e com ela consegue derrotar os dois monstros, ela se vira, percebe que está com suas roupas íntimas na frente de um homem pela primeira vez e fica totalmente vermelha de vergonha. Ela corre para trás de seu cavalo, pega um pedaço de pano na bolsa e se enrola nele.

- Vai ficar ai parado ? - Ela disse de trás do equino - Ande pegue minha roupas ali na pedra!

O homem por um momento fica sem entender mas depois acorda de um transe e se move para pegar as roupas de sua heroína. Ele pega as roupas e leve até ela sem olhar para cima, apenas de cabela abaixada pela vergonha que fizera ela passar. Algum tempo depois ela finalmente mostra sua cara e toma coragem para falar com o rapaz que estava todo molhado também.

- Pegue isto deve servir para pelo menos tirar o excesso de água - Ela entrega um pano reserva que tinha pego com Lanuzi e entrega na mão dele, que estava sentando olhando a água da cachoeira cair.

Mais algum tempo em silêncio, Tânia quebra o gelo, se senta ao lado do estranho e oferece a ele uma maça que tinha guardada.

- Então o que eram aquelas coisas atrás de você? - ela perguntou.

- Sabe, nem eu sei o que eram aquelas coisas e olha que conheço muitas bestas - Ele disse ainda focado nas águas caindo.

- E o motivo de estar sendo atacado era? - Tânia diz insistindo.

- Ta bem irei te falar um pouco de mim - ele respira fundo - Meu nome é Kiran, tenho 22 anos, nasci na cidade de Volca ao sul daqui.

- Nunca conheci porém ouvi falar das guerras que afetaram o sul - Tânia disse agora também fitando a cachoeira - isso tem algo com você estar fugindo desse monstros?

- Sim e não - Ele deu um leve sorriso envergonhado - digamos que sim eu estou fugindo, mas não, não é para fugir destes monstros, eu apenas quero achar um motivo para viver, toda minha família foi dizimada na grande guerra ancestral.

- Meus sentimentos, mas então o que você tem de especia para mandar alguém mandar te perseguir? - Tânia deu um tapa de companheirismo nos ombros de Kiran para que o clima triste sumisse.

- Não sei porque mas algo me diz que você é confiável - Pela primeira vez o invocador olha diretamente nos olhos da mulher e perceber que eles eram de outro mundo. Muito mais bonito e penetrantes que qualquer outro existente.

- Tem coisa que o destino faz, que nem mesmo os deuses entendem - Tânia automaticamente olha para a pulseira que sua mãe havia dado a ela e sorri.

Kiran se levantou, juntou suas mãos e nelas apareceram um livro, pequeno quase não tinha muita coisa escrito, existia duas páginas, uma com uma fênix, que Tânia pode ler o nome felícia e na outra uma cavalo, mas não um qualquer era branco, grande e bonito, Alasão.

- E o que isso quer dizer? - Ela estava confusa.

- Esse livro apareceu perto de mim assim que eu vi toda minha raça ser extinta - ele fez com que o livro sumisse - não sei porque ou quem mandou isso mas ele funciona como uma porta de entrada para dois mundos, sendo assim animais com alguns símbolos especiais podem ser domados mas não sei mais do que já te contei.

- E pelo que entendi - Tânia continuou a fala do rapaz - você só conseguiu domar achar e domar dois dessas bestas.

- Tem um que eu encontrei mas eu não consegui chegar perto para saber onde era o símbolo dele. - Kiran limpa toda terra da roupa.

- Kiran eu conheço uma pessoa que talvez saiba um pouco sobre esse seu livro? - Tânia retirou a pulseira do pulso, puxou a mão do amigo e colocou sobre uma pedra.

A guerreira passou sua mão sobre o artefato que brilhou, a imagem de uma mulher muito conhecida por todos apareceu, Kiran se espantou.

- De-deusa Amélia? - Ele arregalou os olhos e se curvou - Tânia você sabe quem essa mulher é?

Tânia levou sua mão a boca, tampando ela e deu um leve sorriso.

- Olá mãe!

- Como vai filha? - Amélia sorriu - Fico feliz que tenha me chamado.

- Pera ai, você é filha da deusa da bondade? - Agora a expressão de Kiran era de um garoto assustado.

- Assim eu acho sim - Tânia disse de forma irônica - eu sou Amélia?

- Bom, eu tive você dos meus ventres, então é sim - As duas riram. - Mas para que especificamente você me chamou?

- Então este rapaz apareceu aqui trazendo bestas atrás dele... - Depois de contar toda a história para a deusa, um silêncio pequeno foi feito até que Amélia começou a falar.

- Kiran né? - Amélia sorriu - Sinto lhe informar ou fico feliz de ter informar, depende da sua reação, que você é um portador de uma arma sagrada.

Tânia arregala os olhos e fita Kiran, que se sente mais surpreso ainda.

- Meninos tenho que ir - A projeção de Amélia já ia sumindo - Kiran o monstro que você quer domar, leve Tânia e ela te ajudará.

- Sim senhora - Ele se curva - muito obrigado pela ajuda.

- Até mais mãe! - a imagem de Amélia já havia sumido, Tânia virou-se para seu novo amigo - então quer dizer que você é um de nós?

- No-Nós? - ele estava surpreso, parece que não tinha assimilado todas as informações que a deusa passara - você também é uma portadora? é assim que falam? não entendo tudo isso.

- Se acalma eu também fiquei surpresa quando soube - Ela foi caminho em direção ao seu cavalo - te conto no caminho.

- Aonde vamos? - Kiran procurava seu cavalo mas ele havia fugido com o susto.

- Não ouvi Amélia falando? - Tânia sorriu, montou em seu cavalo e ofereceu sua mão para o amigo - precisamos ir atrás desse tal monstro para que você ganhe mais uma besta doméstica.

- Mas ele fica nas montanhas do norte - sua expressão mudou, ele abaixou a cabeça em sinal de desapontamento.

- Então teremos bastante caminho para eu te explicar tudo o que sei sobre os portadores. - Ela sorriu. - Venha, vamos sair daqui.

Kiran segura na mão da mulher e sobe na garupa do cavalo, os dois partem em direção ao sul.

Lúcio aparece no castelo, Natália está no meio a sessão de atendimento aos camponeses, não que ela aprovasse muitos pedidos, contudo era uma ocasião que não podiam cortar de jeito algum, afinal ninguém consegue segurar uma população revoltosa nem mesmo a bruxa com magia negra mais forte existe e o deus das trevas. Uma camponesa com roupas rasgadas e toda suja é a próxima a entrar na sala do trono, ela se ajoelha e pede para que Natália desse algum alimento para sua família, pois não comiam nada havia semanas, a princesa ficou pensativa mas assim que olhou para Lúcio, ele faz um sinal de tanto faz. Então ela aceita o pedido e da o que de comer por um mês porém manda a plebeia plantar seu próprio alimento.

Algum tempo após a sessão acabar, Otávio entra com flores nas mãos e um anel feito de ouro pelo ferreiro.

- Minha amada - ele foi até a princesa, entregou as flores e puxou sua mão - Dei umas moedas de ouro para que o ferreiro fizesse isto apenas para você.

A bruxa fica toda feliz e sorridente, com o anel em sua mão e beija seu noivo.

- Fico feliz que tenha lembrado de mim.

- Eu sempre me lembro de você - ele disse abraçando ela e em seguida sussurra - Afinal, eu te amo.

Ao ouvir aquilo as bochechas de Natália ficaram totalmente vermelhas, seu coração explodia de alegria e seu estomago haviam dragões voando nele.

- Chega de papo vocês dois - Lúcio disse separando os dois com magia.

- Então Lúcio achou algo demais nos seus passeios noturnos? - Natália disse soltando um pigarro e arrumando seu vestido.

- Achei algo que me intrigou bastante - Lúcio disse se sentando no trono da princesa - Um portador de uma arma sagrada.

- E o que tem de tão interessante nisso? - Otávio indagou - você não tinha dito que eram doze as armas sagradas?

- Sim mas esse é diferente - o deus continuou - sua arma sagrada era uma das três mais fortes e principais.

- E qual era? - Natália franziu a testa confusa.

- A invocação de bestas - assim que pronunciou essa palavra os outros dois se olharam - além dessa existem mais duas que não são elementais, uma ainda não foi designada a nenhum ser e a outra está presa numa torre amaldiçoada junto com seu portador.

- A última é tão forte assim? - Natália arregalou os olhos.

- Digamos que a pessoa que tem esse poder - Lúcio se levantou - tem o poder de fazer o que bem entender.

Os três foram teleportados para a biblioteca pela magia do deus.

- E Então -  Tânia disse galopando com Kiran em sua garupa - isso é tudo que eu sei.

- Bom deixa eu ver se entendi - o garoto continuou - não sabemos quantas armas existem, você é portadora da luz e eu de uma não elemental que seria a invocação de bestas.

- Até ai correto.

- E sabemos que existe um processo chamado substituição em que uma arma sagrada pode viver em outro portador até mesmo um morto fazendo com que ele volte a vida? - o invocador disse fazendo a amiga sorrir.

- Você aprende bem rápido - Ela soltou um leve riso.

Os dois continuaram por mais algumas cavalgadas em silêncio até que chegam ao seu destino, as montanhas do norte, um lugar completamente coberto de cinzas, árvores com folhas secas e na parte de baixo da montanha uma entrada ao que parecia de um templo antigo que foi soterrado. Eles descem do cavalo e o amarram numa árvore perto.

- Fique aqui nós já voltamos - Tânia disse e da um pequeno beijo na testa do animal.

- Pronta? - Kiran disse sem esconder seu medo - Lá dentro fica a besta que eu falei.

- Você não me disse até agora o que iremos enfrentar. - A guerreira disse tirando o arco da bolsa no cavalo e colocando nas costas.

- Um dragão - ele disse fitando a entrada da caverna - Mais precisamente um dragão guardião.

- O destino é complicado de se entender - Tânia disse surpresa - Eu estava numa missão para achar um dragão e coletar uma gota de seu sangue.

Os dois se olham e seguem seu destino para dentro da toca. Entram com cuidado para não alertar sua chegada, a caverna era escura mas Tânia consegui enxergar um brilho vindo de dentro e seguiu ele. Kiran estava com tanto medo que estava olhando para tudo que é lado.

Chegando a fonte da luz, os dois deram de cara com a fera, que era tão grande que os dois pareciam formigas perto dele, todo negro Tânia tirou sua faca da bota e foi para cima do monstro.

- Tânia! O que está fazendo - Kiran sussurrou - Vamos embora, olha o tamanho deste monstro.

- Precisamos fazer você domar ele e eu preciso de uma só gota do sangue dele. - Ela disse pegando a faca e num rápido movimento fez um pequeno corte num dos dedos do dragão que dava três vezes o tamanho de um humano, o sangue dourado escorreu Tânia deixou cair duas gotas num pequeno frasco de vidro.

A fera ao sentir a presença dos humanos abriu os olhos, Kiran pode repara que seus olhos eram roxos, o dragão abriu a boca e soltou um barulho ensurdecedor, Tânia e Kiran correm rapidamente para sair da caverna.

- Ainda bem que a entrada é pequena - Kiran disse colocando suas mãos nos joelhos e respirando fundo pela boca.

Assim que terminou a frase, a entrada do templo explode, pedras são lançadas para todos os lados e o imenso monstro sai de lá, soltando fogo negro de sua boca.

- Eu e minha boca - O invocador disse revirando os olhos, fazendo Tânia rir.

- E então o que você precisa para domar uma fera? - Tânia disse quase gritando.

- Preciso saber seu nome verdadeiro e escrever no meu livro. - Kiran disse respondendo na mesa altura.

- Certo isso parece loucura, mas entendi - Tânia disse puxando o arco das costas. - Vamos lá.

- Sim vamos! - Kiran disse invocando felícia para a batalha - Felícia, apenas modo de defesa, ele é bastante forte não temos condições de matar esse ai.

A fênix fez que sim com a cabeça, a besta veio para cima dos dois humanos, Tânia com sua rapidez consegue escapar e atira uma flecha no inimigo que faz com que o projétil se quebre. O dragão se vira para Tânia e vai para cima dela, ela corre para dentro da floresta. Kiran fica pensando qual seria o nome da fera.

"Um dragão guardião negro e que possui sangue dourado"

- Kiran! - Tânia grita enquanto corre - Você disse que ele era guardião, o que ele guardava?

O invocador não responde, mas arregala os olhos indicando uma ideia para a parceira que fica feliz ao vê-lo correndo para dentro do templo, Felícia tenta ajudar Tânia com o dragão, ela lança golpe de ventos com suas asas e cospe pequenas bolas de fogo. As duas ficam tentando distrair o máximo que conseguem, mas o lendário inimigo é muito mais forte.

Lá dentro Kiran revira todo tesouro, havia muito ouro e pedras preciosas naquele meio, ele fica buscando algo que pareça com um nome, nada vem a sua cabeça, continua procurando até que acha uma moeda de prata muito diferente das outras visto que tudo ali se baseava em ouro, nela estava escrito KO. Então ele começou a buscar para ver se tinha mais alguma daquela ali, espalhava tudo em busca da moeda diferente, estava quase desistindo quando reparou que na parte de cima da caverna tinha algo brilhando, ele não pensou duas vezes e procurava um jeito de subir.

Tânia havia começado a se preocupar com amigo que não voltava, mas não podia desfocar do inimigo, estava ficando enjoada de desviar e correr, uma hora ela sabia que ia errar e talvez isso a levasse direto para morte, torcia para que Kiran tivesse encontrado algo e voltasse logo.

O invocador tinha encontrado uma escada escondida na parede, então correu e subiu até que chegou a um altar onde tinha três espaço, dois deles vazios e um dele, o do meio, com outra moeda de prata escrito RA, então Kiran entendeu que o nome tinham três sílabas, ou seja faltava uma só moeda mas se não estava ali só podia estar com o inimigo. Ele correu pegou a outra moeda de prata, desceu e correu para fora da caverna.

Quando Tânia viu o amigo ficou mais aliviada, nesse segundo que se distraiu, uma patada do dragão arremessou ela pelos ares, Felícia voou o mais rápido que podia e pegou a garota ainda no ar, descendo ela com calma até o chão.

- Obrigada amiguinha - Tânia disse se sentando na terra - Se não fosse a benção de Amélia talvez eu estivesse morta nesse instante, sorte que foi só um corte.

Felícia voltou para perto de seu mestre, Kiran disse para a fênix que queria chegar perto do inimigo o bastante para poder analisa-lo, o mascote não entendeu mas seguiu a ordem. O invocador subiu em cima dela e os dois voaram para perto do dragão, Felícia era rápida desviava de cada ataque ou magia solta pela inimigo ancestral. Tânia se levanta aos poucos e observa como o garoto age com sintonia com suas bestas, os dois parecem um só, quando o dragão sobrevoou sua cabeça algo refletiu a luz do sol e a portadora levou sua mão até os olhos. Quando conseguiu enxergar notou que havia uma moeda pequena na testa do dragão.

- Kiran! - O amigo deu atenção a mulher la em baixo. - Tem algo na testa dele, talvez isso ajude!

O invocador assentiu com a cabeça e deus ordens para que Felícia chegasse perto o bastante para ele ver o que era, a Fênix voou mais alto que o inimigo imenso e desceu, em sua direção, desviando do fogo negro que saia da boca dele. Quando chegou perto do inimigo, Kiran pode olhar ele nos olhos e num rápido movimento viu que em sua testa havia outra moeda igual as outras escrito TA.

- Consegui! - Kiran disse animado e sorrindo - Felícia deixe-me no solo.

A invocação seguiu as ordens, o dragão voava descontrolado de um lado para o outro, até que veio em direção a Kiran que correu floresta a dentro com as três moedas em mãos pensando qual nome seria, ele só tinha uma chance. Assim que chegou a beira de um precipício, viu o dragão se virando contra ele no abismo, então quando ia soltar uma bola de fogo negra, Kiran invocou sem livro, escreveu alguma coisa e gritou.

- Tarako, pare! - O dragão parou na mesma hora, o invocador fechou os olhos, mas ele havia acertado, chegou perto do novo amigo aos poucos, com medo, passou sua mão na cabeça do imenso bicho. Montou no dragão e voltou para onde Tânia estava.

Quando viu que o amigo havia conseguido, pulou de alegria, ele posou o dragão que ficou atrás dele apenas esperando outra ordem.

- Qual é o nome dele afinal? - a guerreira disse chegando perto do antigo inimigo e também fazendo carinha sobre seu enorme nariz gigante.

- Tarako - Ele olhou o livro - Pelo que diz ele tem mais de quatro mil anos é um guardião.

- Ele é lindo - Ela disse tentando abraçar o novo mascote.

- Hora de eu seguir meu caminho - Kiran disse olhando para baixo meio triste.

Tânia pensou e sorriu.

- Porque não viramos parceiros? - Tânia disse se virando para o amigo e estendendo sua mão - Nunca gostei e tive companhia e você está sem ninguém mesmo.

Kiran estava precisando de um lugar para morar, como Tânia conhecia um mundo todo, talvez ele fosse com ela para não ficar sozinho, ele não suportava a ideia de ter que caminhar nessa vida sozinho. Então ele aperta a mão dela, selando um acordo. A guerreira havia ganhado um grande companheiro e ele uma grande amiga.

- Acho melhor sairmos daqui - Tânia falou - Temos outra parada nas montanhas do sul e elas são bem longe daqui.

Os dois montaram no dragão e foram voando para a montanha do sul.

sábado, 20 de junho de 2015

Natália e Lúcio estavam na sala do trono planejando o próximo passo contra Tânia, Natália dizia que eles poderiam fazer um ataque direto junto com Drest que seria fácil matar a inimiga, Lúcio já não gostava tanto da ideia, falava que isso seria se arriscar demais, pois Tânia tinha poderes escondidos que nem mesmo ele conhecia, de uma certa forma a bruxa concordava, contudo o que ela mais desejava era a cabeça da filha do aliado nas mãos.

- O que faremos afinal? - Natália disse se sentando no trono e soltando um suspiro.

- Assumo que não sei - Lúcio levou sua mão ao espelho e mostrou a população, tudo estava calmo novamente, ninguém demonstrava oposição ao reinado da bruxa. - Sinceramente, o melhor acho que seria lutar contra ela aqui dentro.

- Ou seja esperar o próximo movimento dela, mas nos preparando para um ataque a qualquer momento? 

- Viu, até que você não é tão burra como eu pensei - Lúcio sorriu debochadamente.

Nesse momento Otávio entra, todo arrumado, com seu uniforme real, ele sorri e vai em direção a Natália, ele chega perto dela que se levanta e o abraça, eles ficam com os corpos tão juntos que Natália pode sentir o alito fresco vindo da boca do príncipe.

- Já remarcou o casamento? - ele sorri, seus dentes eram brancos como neve.

- Vo-Você quer se casar comigo? - a bruxa estava envergonhada, não estava nos planos dela se apaixonar por ele, mas Otávio era tão bonito, tão forte e corajoso que estava conquistando o coração dela.

- E quem não quer? - Ele olhava fixadamente em seus olhos, penetrando na alma dela - Olhe para você, tão jovem, tão bonita, tão maléfica que é impossível não querer.

- Ok irei remarcar-lo então - Os dois se beijaram, o frio na barriga da bruxa aumentou, ela sentiu como se não precisasse de mais nada no mundo. 

Lúcio bateu palma.

- Natália - ele riu - Conseguiu o que queria em!

- Ela sempre teve meu coração - Otávio disse pela primeira vez desgrudando da moça e ficando a seu lado.

- Claro - Lúcio começou a caminhar em direção aos dois - Esse casamento vai vir a calhar.

- O que está planejando? - Natália disse franzindo a testa e olhando para o mestre.

- Bom se vocês anunciarem isso direito, Tânia certamente virá saber se Otávio realmente não gosta dela.

- Se nos prepararmos armadilhas, certamente ela cairá e ai é só finalizar com ela e todos nossos problemas acabam.

- Eu estou louco para ver isso - Otávio disse, surpreendendo até mesmo Lúcio.

- Essa poção é realmente forte - Natália disse sorrindo.

- Chega de papo e vamos preparar o grande anúncio. - Lúcio disse teleportando os três numa nuvem de cor preta.

Em Kutha, quando a poeira da explosão começou a abaixar todos puderam ver o que realmente aconteceu, Tânia continuava se contorcendo no alto para sair da prisão de terra, mas quando ela olhou para baixou arregalou os olhos sem acreditar no que via, uma lágrima caiu do seu rosto. Lanuzi levou as duas mãos a boca e sua expressão de surpresa misturado com suas lágrimas que caiam aos poucos não deixava dúvida. Menara levantou aos poucos atordoado com sua cabeça doendo, quando olhou o que tinha acontecido também não acreditava.

- E-ele me salvou... - Menara levantou as duas sombrancelhas.

Quando a poeira sumiu completamente, a vila ficou em silêncio. Prado estava caído com o espinhos enorme atravessando seu corpo e ficando ele no chão, havia sangue por toda parte espalhado. Tânia começava a fica com raiva, seu coração batia muito forte, ela queria ver sangue de Yuta derramado no chão.

- Patético - Yuta riu - Esse ser insignificante só atrasou a morte desse velho.

Tânia quando ouve aquilo é consumida pela raiva, seu corpo começa a queimar, um grito é escutado por todos e uma forte luz sai do corpo dela, tão brilhante e tão alto que ao longe o povo de Gharnes olha aquilo e chama a atenção de Natália e Lúcio que estão na biblioteca fazendo o anúncio, este se espanta com o que vê.

- Não é possível - Pela primeira vez o deus espanta alguma reação de surpresa - Isso não pode estar acontecendo.

- Não estou entendendo nada - Natália estava meio preocupada - Afinal o que aquela luz dourada significa?

- Isso é muito ruim! - O deus olhava perplexo com o que via

- Lúcio me escuta - Natália chegou perto dele e o sacudiu.

Ele não respondeu apenas mexeu a mão e levou os dois para Kutha, os dois flutuavam acima de todos numa bolha preta.

- Apenas veja e preste bem atenção no que vai acontecer agora - Lúcio apontou para o foco de luz que saia.

Natália focou seu olhar todo ali e pode perceber que aquela luz parecia querer expulsar toda magia negra do seu corpo, sabia que se fosse a magia dela controlando a orbe em que os dois estavam provavelmente não aguentaria segurar. Quando cessou aquele sinal, todos puderam ver um ser todo feito de luz, uma mulher, possuía asas brilhantes também feitas da propriedade luz. Em sua mão uma espada já conhecida por todos brilhava fortemente.

Lúcio sorriu, Natália apontou e arregalou os olhos.

- Sim é exatamente quem você está pensando, preste bem atenção no que é poder de verdade.

O anjo partiu para cima, era tão rápido, praticamente voava na velocidade da luz, impossível de se ver com olhos humanos, era como se ela andasse teleportando. 

- Tânia? - Lanuzi perguntou assustada.

A mulher olha Lanuzi e confirma com a cabeça. Tânia vai em direção a Menara pega o amigo e leva para o lado da mulher de Prado. Depois se vira para Yuta e fica encarando ele.

- Acha que é capaz de me derrotar agora ? - Ele riu - Só porque virou um anjo?

Quando ele terminou a frase Tânia já estava na frente dele com Calaya em suas mãos.

"Vamos brincar um pouco!" a voz da mulher ecoou dentro da mente do mago. Era diferente, parecia ter poder, uma tom doce porém destemido. Tânia colocou sua mão na barriga do inimigo, que foi lançado atravessando algumas árvores e parando finalmente numa pedra. Yuta se levanta assustado e começa a formar uma grande parede de terra em sua volta, qualquer um não passaria daquela quantidade de terra, todavia Tânia já tinha atravessado e estava do lado do mago.

"Isso é por ter perturbado a vila por tanto tempo" Ela socou o mago de volta para a vila.

"Isso é por ter tentado matar Menara" Ela o  chutou para cima.

"E isso é por ter matado Prado!" Ela voou para cima com Calaya em punho, ninguém conseguiu ver nada apenas Yuta caindo no chão com seu corpo divido em dois.

Tânia sente uma energia estranha e quando olha para cima da de cara com seus maiores inimigos observando tudo, ela bate as asas e vai para cima dos dois, Lúcio lança uma magia sobre a filha que a desacelera e eles somem de volta ao castelo. A anjo desce, sente seu corpo pesado, de repente tudo fica escuro e ela apaga.

De volta ao castelo de Drest, Natália não estava acreditando no que tinha visto.

- Como foi que ela ficou tão forte assim?

- Bom por onde eu vou comecar? - Lúcio passou uma de suas mãos lembrando de algo que havia esquecido de falar.

- Do começo né? - Natália estava furiosa com o mestre, afinal ele não contora sobre esse "super poder" da Tânia.

- Bom quando dois deuses se apaixonam e tem uma criança - Lúcio respondeu pensativo - Essa nova vida é denominada: Sobredeuses.

- Entendi, mas o que tem de tão especial nisso? - Natália perguntou

- Bom você mesma viu, eles são imunes a magia da propriedade dos pais e tem transformações que faz com que o poder deles seja equiparado a um deus.

- Então eles podem ter esse poder quando quiserem? - Natália estava surpresa.

- Até hoje não conheço ninguém que consiga se transformar voluntariamente, isso ocorre quando um sentimento se sobrepõem a todos os outros.

- E o da Tânia seria raiva?

- Acho que não, raiva é um sentimento ruim, se fosse isso o anjo em que ela se tornou seria negro - ele andou em direção ao espelho da penteadeira e nele agora mostrava o momento em que Tânia havia se transformado, foi o exato momento em que Prado recebeu a magia de Yuta e morreu. Natália assistiu aquela cena e sugeriu que fosse vingança, mas Lúcio logo discordou. A cena se repetia inúmeras vezes, o deus observava a reação de sua filha com seus olhos cerrados, até que:

- Justiça - ele sorriu - o sentimento que transforma Tânia é a justiça, isso é muito bom

- Bom? - Natália levantou a sombrancelha pois não estava entendendo o que o mestre sugeria.

- Sim, se o coração de Tânia se transforma pro bem - ele invocou um exemplo de coração de duas partes em sua mão - se fizermos ao contrário, ou seja provocar a parte negra, ela pode se transformar em um demônio e podemos usá-la a nosso favor.

- E como faremos isso? 

- Tenho um plano, mas talvez demore um pouco mas se acontecer nada mais poderá nos impedir de comandar não só esse continente mas o mundo todo.

Os dois foram a biblioteca, terminar o anúncio e bolar algo contra sua inimiga em comum.

Tânia abre o olho ainda meio tonta, olha em volta e nota que ainda está na cabana do chefe de Kutha. Ela se senta na cama improvisada com palha, leva sua mão à cabeça e tira as folhas e ervas que estavam numa coroa. Ao sair ela da de cara com a vila praticamente reconstruída, a população vivendo normalmente, ao fundo Ignis brincava com as crianças soltando fogos de artifícios.

Andando mais um pouco Tânia dá de cara com Lanuzi cantarolando, com uma cesta no colo, catando frutas em um pequeno arbusto e ao seu lado um homem. A filha de amélia cerra os olhos e repara que o homem parece muito com Prado poderia até ser um irmão, mas ao invés disso tinha plantas em volta do seu corpo e sua aparencia estava um pouco mais velha, em sua mão o cajado de Menara. 

Lanuzi volta com a cesta cheia e ao ver Tânia acordada na sua frente, ela deixa tudo aquilo cair e corre na direção da amiga.

- Tânia! - ela demonstra sua felicidade dando um abraço na amiga e olhando nos olhos dela de forma sorridente - eu sabia que você voltaria!

O homem barbudo com suas plantas se aproxima, quanto mais perto ele chega mais Tânia pode reparar no quanto ele se parece com Prado e lembra levemente a fisionomia de Menara.

- Olá Tânia, fico feliz que tenha sobrevivido - sua voz era identca a de Menara, o que fez com que a guerreira ficasse bastante assustada.

- Perai, primeiro quem é você? - ela indagou apontado pro homem a sua frente - E segundo por quanto eu desmaiei ?

- Ue não está me reconhecendo? - ele sorriu.

- Prado? - ele abriu os braços e sorriu.

- Caramba! Como você!? - ela olhou em volta dela procurando alguém, até deu alguns passos para frente mas não o achou. - Mas onde está Menara?

Ignis ve de longe sua mestre e voa tão rápido de felicidade que ao chegar perto de Tânia não consegue parar, ela abaixa e ele acerta uma árvore que está logo atrás. A guerreira vai até ele, limpa o pelo dele e o pega no colo.

- Desastrado como sempre - ela sorriu e sai andando com ele no colo.

- Tânia voltar para Ignis! - ele começa a chorar - Tânia ser como mãe que Ignis nunca teve, Ignis amar Tânia como mãe, Tânia não morrer se não os pelos de Ignis nunca mais crescerão de tanto que Ignis ficará triste.

- Acho que foi a coisa mais bonita que alguem já me disse - ela colocou ele no chão, agachou e deu um abraço no pequeno - Tânia também amar Ignis - ela diz imitando o jeito de falar do pequeno Dragato.

Começam a cair pingos de chuva, todos entram para suas devidas casas, Tânia e Prado se sentam sobre uma mesa de pedra. Lanuzi entra num cômodo mais ao fundo e trás mais ervas para colocar sobre a cabeça da amiga que ainda estava meio dolorida. Ignis sobe na pedra onde Tânia está e se senta no colo da dona.

- Então Prado conte-me tudo que aconteceu depois que eu apaguei. - Lanuzi vem com um pequeno recipiente com ervas e água quente, novamente ela amarra tudo fazendo um tiara e coloca em volta da cabeça de Tânia, que aos poucos sente o alivio. A mulher de Prado se senta também na mesa para acompanhar a conversa.

Quando Prado começou a falar, sua explicação da cena era tão perfeita e tão detalhista que Tânia sentia como se vivesse o momento.

- Depois que você eliminou Yuta e expulsou seu pai e Natália do campo de batalha. - Tânia o interrompeu.

- Perai como você lembra dessa parte se você estava morto? - ela franziu a testa.

- Grande parte da memória de Menara ficou comigo, se você me deixae continuar eu explicarei tudo.

- Prossiga - Tânia colocou seus pés sobre a mesa, Lanuzi fez cara feia e olhou para a amiga que entendeu o recado tirando os membros de cima da pedra.

- Assim que você desmaiou, Lanuzi se aproximou de mim e começou a chorar sobre meu peito, mesmo com um buraco relativamente grande nele. - ele segurou a mão da amada e apertou levemente apenas para sentir que ela estava com ele. - Ao contrário do pequenino ai, que correu até você e te levou voando para dentro da casa do Menara.

Tânia passou sua mão sobre o pelo de Ignis que sentiu um arrepio e sorriu.

- Menara vendo a tristeza que ficava naquela batalha, disse que conhecia uma magia poderosa que defenderia a vila mas que isso custaria sua vida.

- Foi então que eu perguntei se não havia outra maneira de preservar a vida dele - Disse Lanuzi interrompendo Prado - Ele disse que o chefe da vila é o mesmo a milhões de anos e nunca mudou, eu assustada perguntei como isso era possível - ela deu uma pausa e olhou para seu marido - Menara disse que já havia causado muito sofrimento e que a hora de passar o comando de Kutha já tinha passado - ela fez um movimento com as mãos para que Prado continuasse.

- Foi então que ele deu a vida pela minha,  ou quase isso - Prado levantou sua camisa, as plantas que o cercava saiam de dentro do seu estomago e lá no fundo um brilho - Menara foi absorvido pela arma sagrada de planta e veneno, que hoje está dentro do buraco que foi feito na minha barriga - Prado levou sua mão ao tronco de onde foi se deformando como se ele fosse todo feito de plantas, dentro dele brilhava em verde e roxo uma rosa.

- Essa e a sua arma sagrada? - Tânia perguntou.

- Sim, Yuta também era um portador, assim que ele morreu o broche dele emitiu um brilho marrom e sumiu - ele fez um cara de decepcionado - não sabemos a onde foi parar.

A pulseira de Tânia brilha e mostra uma projeção de Amélia apenas do pescoço para cima. Ao ver a filha ela sorri.

- Fico feliz de te ver viva minha filha. - Amélia se vira para Prado - Vejo que ocorreu a substituição de portadores aqui.

- Mãe, a senhora tem bastante coisa para explicar para mim e para eles.

- Eu sei, percebo o olhar de pessoas confusas - ela deu uma risadinha de leve. - mas como essa projeção não demora muito, vou me encontrar pessoalmente com vocês e explicarei tudo certinho.

- Mas mãe e a maldição da Natália? - Tânia questionou.

- É sobre isso que eu vim falar com vocês, achei um jeito de tirar isso de retirar ela de uma vez por todas. - ela respirou fundo. - Ignis vá buscar na bolsa de Tânia um pequeno pergaminho.

O dragato faz o que a deusa pede e coloca sobre a mesa o papel com várias instruções.

- Tânia leia em voz alta por favor.

- Sangue de dragão, sangue de um portador de uma arma sagrada e um ovo de patágora. - ela fecha o pergaminho.

- Deusa me desculpe mas as patágoras não foram extintas? - Prado pergunta.

- Ainda tem uma colônia pequena delas numa caverna dentro das montanhas do sul.

- Oi? É Amélia né? - Lanuzi pergunta com a maior bondade do mundo - É que eu não sou filha de uma deusa, nem peguei informações de um velho sábio e nem muito menos sou a deusa do fogo, então o que são essas patágoras?

- Aranhas, amor. - Prado diz fazendo com que Lanuzi faça cara de nojo.

- Mas não são aranhas comuns, as patágoras tem em torno de vinte metros de altura e sua teia tem um veneno especial que ao tocar no inimigo é atraída pelo coração e o arranca fora.

- Cruzes! - Lanuzi diz se espantando.

- Tânia eu tracei um plano para você e Ignis irem atras dos ingredientes.

- Ué porque não coloca Prado atrás do último? - Tânia pergunta.

- Eu não posso sair de Kutha e muito menos de perto de Lanuzi e de nosso filho. - Prado continuou - Se eu sair, meu corpo não aguentará e eu morrerei de vez.

- Tudo bem então - Tânia se levanta - Mãe mas e quanto a arma do Yuta, onde ela foi parar?

- Quando um portador morre a arma dele vem parar aqui no mundo das fadas, até que ela ache outro portador digno de confiança.

- Ignis entender tudo - o pequenino sobe na mesa e fica em pé.

- mãe antes de encerrarmos - ela sorriu -você poderia nos dar sua benção né?

- Claro com todo prazer, eu os abençoou com a aura da deusa da luz - uma aura dourada brilha sobre Ignis e Tânia.

- O que ela faz? - Lanuzi pergunta curiosa. 

- A minha aura faz com que eles não sintam cansaço - ela da "tchau" com sua mão -  a projeção já está acabando, se me libertarem respondo o que vocês quiserem!

Todos os quatro se curvam em agradecimento e Amélia some. 

- Se quisermos respostas das inúmeras perguntas que temos, precisamos retirar a maldição de sua mãe.

- Mas antes alguém ai está com fome? - na mesma hora a barriga de Ignis faz barulho.

- Ignis estar faminto, Ignis ir caçar com você.

- Desculpe pequenino mas eu preciso pensar em uma coisas e vai ser ótimo voltar aos velhos tempos. - ela pega o arco e coloca o aljave nas costas.

- Prado.

- Sim? - ele se vira e fica de frente para Tânia.

- Por quanto tempo eu fiquei apagada? 

- Uma semana - ele disse coçando a cabeça e mostrando os dentes.

- Menos do que eu esperava ouvir - ela se dirigiu a porta - Volto logo!

No castelo, Lúcio e Natália fazem os preparativos para casar a princesa e o príncipe. Todos os folhetos, convidados apenas do alto escalão, tudo que se possa imaginar.

- Se tudo der certo, você ficará com seu príncipe e o país - Lúcio sorri - E eu conseguirei acesso aos documentos sagrados de Gharnes para enfim ter minha vingança.

- E com Tânia apagada não há ninguém que possa nos deter! - os dois gargalham sentindo o gosto da vitória.

Alguns segundos depois uma serve entra  pela porta da biblioteca e se curva diste dos dois.

- Senhora! chegou uma informação do nosso informante de Kutha.

- Diga logo! - ela sorri e olha para Lúcio - Aproveita que estou de bom humor hoje.

- Tânia está de volta! - quando ela terminou de pronunciar aquela frase, os dois ficaram sem reação.

- Saia daqui AGORA! - Natália ordenou e fez com que a escrava saísse correndo de medo dali.

Lúcio teleportou os dois para a sala do trono, mais precisamente ao espelho que havia lá, passou suas mãos sobre ele, que mostraram Tânia caçando um alce e levando ele para seus amigos.

- Esperava que com aquela quantidade de poder que ela usou, daria tempo suficiente para fazermos tudo - Lúcio ficara confuso - precisamos atrair ela para cá para dar um fim nisso.

- Eu tenho um plano, preste atenção! - Natália pega um dos anúncios do casamento e teleporta ele - Veja.

Enquanto estava levando o alce de volta para Kutha, Tânia deu uma pequena pausa no rio para matar sua sede, porém quando se vira em uma dar árvores um pequeno aviso sobre algo, quando ela pega aquilo e lê, sua expressão muda de feliz para surpresa, com raiva e com certa tristeza.

Ela pega o anúncio, o alce e volta para Kutha...
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