segunda-feira, 7 de julho de 2014

Otávio ouviu a porta abrir, a luz invadiu o quarto escuro e ele avistou Natália, ela estava vestida com um vestido vermelho que ia até o pé, cheio de cristais nele.

- Otávio meu querido - Ela sorriu - Eu lhe trouxe algo para matar a sede.


Ela entregou a ele um pequeno frasco com um líquido azul. Otávio sem pensar duas vezes arremessou o vidro para longe, que se estilhaçou derramando todo o seu conteúdo. Natália fechou a cara, como se fosse arrancar a cabeça do príncipe com os dentes.

- Já que você é tão mal educado - Ela fez um gesto simples com as mãos e quando Otávio se virou deu de cara com um leão, mas não era um leão comum, ele devia ter mais de cinco metros e sua pele estava revestida com armadura pesada - Não o mate meu pequeno mascote, Divirta-se!

A fera se lançou para cima de Otávio dando nele patadas e tentando morder sua face. Natália fez um sinal com as mãos e o mascote parou.

- Vamos nos divertir mais ainda!
Em seguida estalou os dedos, o chão começou a tremer, pedras e muros começaram a sair dele se reerguendo, a sala agora era um labirinto enorme e largo, ela botou o leão de um lado e Otávio do outro que agora tinha escudo e espada. Ela sussurrou no ouvido de seu pet:

- Hora da caçada! - Ela sorriu.
A fera rugiu e saiu em disparada, enquanto a bruxa se teleportava para a sala do trono, sentou-se no trono e pediu a um guarda para chamar alguém, o soldado fez que sim com a cabeça e saiu. Alguns minutos depois entra um cavaleiro com a armadura branca e dourada, tinha uma espada enorme presa as costas e não havia escudo em local nenhum.

- Lord Blank - Natália sorriu, levantou do trono e se curvou - É uma honra tê-lo novamente em meu castelo, preciso da sua ajuda de novo meu caro.
- E que ajuda seria essa majestade? - O cavaleiro agora estava de joelho perante a princesa.

- Bom, o principezinho quebrou uma poção bastante importante - Ela fez aparecer um papel em sua mão - Aqui estão alguns ingredientes que eu preciso para fazer outra, acha que consegue para mim?
- Claro.
Ela entregou a lista ao Lord, que levantou e saiu logo em seguida.

Assim que amanheceu Tânia levantou, ficou alguns minutos olhando a janela e pensava em um plano para salvar Otávio, um guarda entra e avisa que o rei a aguardava na mesa do café. Tânia se aprontou e saiu, quando estava quase chegando a mesa reparou que havia uma mulher conversando com Talorc, ela reconheceria aquela voz em qualquer lugar que fosse. Correu para ver quem era e teve a certeza.

- O que essa mulher está fazendo aqui!? - Tânia cerrou o punho - Talorc, eu te falei que foi ela quem sequestrou Otávio!! Prendam esta mulher agora!


- Relaxe minha cara Tânia - Ele fez sinal com a mão para que ela sentasse, mas ela continuo em pé - Natália só veio aqui para mostrar sua tristeza pelo sumiço do príncipe.


- Viu Talorc - Natália fingindo um choro - Essa camponesa só me acusa, quem sabe não foi ela que sumiu com Otávio e está tentando jogar a atenção para mim.

- Ah, mas é muita falsidade para uma pessoa só - Tânia não pensou duas vezes e acusou a princesa de novo - Talorc tem que confiar em mim, foi ela!


- Tânia, tenha mais educação! Natália é nossa convidada, exijo um pouco de respeito! - O rei fez um sinal para que ela parasse de falar - Não vê que a princesa está mal com tudo isso também? - Talorc consolava Natália que continuava chorando.

- Mas Talorc ...


- Mas Nada! - Ele a interrompeu - Natália diga a ela que você não fez nada com meu filho!
- Tânia eu juro que eu nunca machucaria um fio de cabelo do meu amado noivo, eu o amo! - Ela levantou da cadeira e foi até a plebeia - Sei que tivemos nossas desavenças, mas pode confiar em mim.


Natália abraçou Tânia que em seguida empurrou a bruxa para longe e saiu da sala. Talorc carregou Natália para fora dali e Tânia foi para seu quarto, ela queria arrebentar a cara da bruxa. Sabia que Natália estivera mentindo, se jogou na cama e ficou pensando na cena de humilhação que passara. Algumas horas mais tarde, alguém bate a porta do quarto, ela levanta e abre.

- Talorc? - Ela estava com a expressão de tédio - Olha se veio aqui me dar outro sermão de como eu não sou confiável, volte outra hora por favor, não estou com paciência.

- Oh minha querida, mas eu confio em você -  Ele sorriu.

Tânia pareceu assutada e confusa. Talorc tirou um frasco de dentro do bolso e mostrou a ela que na mesma hora sorriu.

- Claro! como sou burra - Tânia sorriu admirada pela esperteza do rei e o deu um abraço - A poção da verdade! O que vossa Majestade descobriu?


- Me chame de você, somos amigos agora - ele parecia feliz - Descobri que meu filho, de fato, está com a Natália, precisamos de um plano e rápido.


- Bom, de uma coisa sabemos não da para ganhar de magia negra sem magia branca - Tânia sabia onde deveria ir - Eu já sei onde conseguimos uma ajuda.


Mas magos brancos não nascem a milênios e os que estavam vivos morreram - O rei estava confuso - Onde nós iremos conseguir tal feito?

- Uma antiga lenda dizia que no meio da floresta, onde a luz da lua brilha mais forte, você poderia chamar a rainha das fadas e se você estivesse realmente necessitado, ela o ajudaria.

- Você acredita em lendas? - Talorc disse rindo da cara dela - Acha mesmo que elas são reais?

- Só tem um jeito de descobrirmos - Ela tinha um olhar corajoso e destemido - Partiremos amanhã cedo.


- Está mesmo determinada em salvar meu filho.


- Você não imagina o quanto - Ela parecia ter raiva agora - Se prepare.


Talorc abraçou a plebeia e se retirou do quarto. Tânia botou um pijama que o rei lhe dera e se deitou, ficou pensando no quanto seria legal ver Natália derrotada aos seus pés, pensara também que nunca se imaginou ajudando a realeza, muito menos ficando amiga do rei. Assim que amanheceu Talorc deu um pulo da cama animado, havia muito tempo que não se aventurava, botou sua armadura e saiu do castelo. Tânia estava no estábulo arrumando os cavalos, o rei chegou alguns minutos depois.

- Bom dia Talorc! - Ela sorriu, era incrível como era bela mesmo tendo acabado de acordar - Está pronto para partir?


- Bom dia Tânia - Ele parecia bem animado - Mais do que nunca!


Os dois subiram em seus respectivos cavalos e partiram em direção a floresta, cavalgaram muito tempo até pararem próximos a um riacho para dar uma pausa e alimentar seus animais.

- Quanto tempo acha que ainda falta? - Talorc estava ofegante.

- Pelos meus conhecimentos sobre essa floresta mais uns vinte minutos e chegamos lá - Ela tomou a água do riacho.

- Pelo menos falta pouco - Talorc se abaixou, olhou para dentro do rio, lavou o rosto e viu uma mulher piscando para ele - Você viu isso?


- Vi o que ? - Tânia ficou confusa.

- Uma mulher! -  O rei estava assustado - Tinha uma mulher dentro do rio, temos que ajuda-la!


- Como aquela ali!? acho que ela não precisa de ajuda - Tânia apontou surpresa para a garota em pé sobre a água do rio, ela era morena, tinha olhos azuis, sua beleza era divina, vestia um sutiã de conchas e uma saia de tiras até os pés.

A linda mulher começou a cantar, sua voz era como se tivessem esfaqueando os tímpanos de Tânia, mas para Talorc parecia que ele havia encontrado o amor de sua vida, novamente, ele rapidamente se levantou e começou a andar em direção ao lago
.
- Talorc!! - Tânia segurou o braço dele - Aonde pensa que está indo!?
O rei pareceu não dar a mínima importância para o que Tânia dizia e seguiu em frente, assim que Talorc botou o pé sobre a água não afundou, ele simplesmente andava como se fosse chão. Tânia correu, pegou seu arco, mirou na cabeça da mulher e disparou, uma barreira de água subiu e impediu a flecha de continuar. Enquanto isso Talorc continuava andando.

- Talorc acorde! - Ela grito mas foi em vão, o rei continuava seu caminho - Não podemos morrer agora, saia daí!
Era inútil nada faria o rei despertar, Tânia se jogou na água, ela passou por de baixo da barreira e subiu para a superfície.

- Talorc eu preciso de você - Ela gritava - O reino precisa de você, Otávio precisa de você!
Assim que terminou a frase, a mulher sobre a água mexeu as mãos e algumas algas puxaram Tânia para baixo, afundando-a. Talorc estava cara a cara com a mulher morena, que parou de cantar e o beijou, uma aura rosa começou a ser extraída do corpo do rei, passando para a linda mulher diabólica, antes que pudesse terminar de sugar toda aquela aura, uma flecha passou e raspou em seu braço que afundou junto com Talorc. Tânia conseguiu se soltar das algas com uma faca que guardava em sua bota, pegou o corpo do rei e o levou para fora do rio, a mulher saiu e lançou um jato contra Tânia, que foi arremessada para uma árvore. A cantoria começou novamente, Talorc despertou e voltou a segui-la. Tânia se levantou e mesmo com dor apontou seu arco na direção da mulher.

- Desencante ele agora! - Ela estava molhada porém firme.

- Minha cara, acha mesmo que pode me atingir? - A voz dela era doce e suave - Com esse muro de água ninguém me machucará.

Assim que a mulher terminou a frase, Tânia teve uma lembrança de sua infância, lembrou quando pai havia lhe contado a história de uma mulher morena, bem bonita, que morava em um rio, na história ela cantava para os homens, roubava seu amor e os afogava, o conto dizia que a sua única fraqueza era se uma mulher pura com o coração cheio de amor, sujasse sua arma na terra à beira do rio e ferisse a mulher, na qual segundo a lenda se tratava de uma náiade. Tânia tinha que tentar, caso contrário o rei morreria, ela sujou a sua flecha no barro e atirou, porém não ultrapassou a barreira, ela tentou uma segunda vez e falhou novamente, na terceira vez ela parou, respirou, pensou em Otávio, pensou que se não conseguisse acertar, o príncipe perderia a vida. Tânia fechou os olhos, seu arco agora brilhava, então ela tomou coragem e atirou, a flecha quebrou o muro e acertou o peito da náiade que caiu lentamente, todo o amor de Talorc voltara a seu corpo, ele foi levado pela maré até a beira. Tânia fez respiração boca a boca e o rei despertou.

- Você... Você salvou minha vida, novamente - O rei sorriu, mas ainda tentava recuperar o ar.

- Não foi nada demais - Tânia estava cansada -  Apenas fiz o que era correto.

Os dois se sentaram num tronco que havia perto dos cavalos, estavam exaustos.

- O que foi que houve? - O rei falou entre respirações.

- Uma náiade foi o que houve - Tânia também estava ofegante - Ela encanta apenas os homens para mata-los.

- E você sabe porque apenas homens?

- Dizem por aí que ela teve toda sua família morta por mãos humanas de homens.
Tânia respirou fundou, se levantou e ofereceu a mão ao rei que aceitou e se levantou.

- Vamos! - Ela montou no cavalo - Temos muito o que fazer.


Os dois cavalgaram por mais alguns minutos até chegarem ao seu destino, o lugar era bonito, a luz da lua realmente era mais forte ali. Tânia ficou admirando o lindo lugar onde estava, Talorc estava feliz em estar vivo.

- Tânia? - Ele cutucou a plebeia - O que temos que fazer agora?

- Bom segundo a lenda, é só chamar a rainha das fadas em cima daquela pedra ali - Ela apontou para uma pedra redonda com um símbolo antigo no meio - e se você realmente estiver necessitado, ela aparecerá para te ajudar.

Talorc subiu na rocha e gritou:

- Rainha, nós precisamos de você! - Nada aconteceu, porém ele não desistiu -  Por favor, eu preciso salvar o meu filho!


Novamente nada aconteceu, Talorc sentou na pedra.

- Parece que nem todas as lendas são reais - Ele parecia querer chorar - Eu só queria salvar o meu filho, ele é a única coisa que me restou - O rei começou a lacrimejar - Otávio e a única coisa que eu realmente amo, não posso perder meu filho...


Tânia sentou do lado do rei, o abraçou, ela não podia negar, também se sentia triste.

- Olha Talorc, eu prometo, vamos achar um outro meio de conseguir magia branca necessária para derrotar Natália, confie em mim.


O rei continuara isolado, chorando, calado, não queria aceitar que seu filho iria morrer, ele teria que fazer algo. Tânia ouve passos de alguém correndo na direção deles, ela rapidamente levantou e mirou seu arco, quando uma jovem garota saiu do mato e atrás dela um lobo, Tânia deu um passo pro lado e acertou a fera que apagou na mesma hora.

- Muito Obrigada! -  A garota estava suja, cansada, fedendo e com fome - Muito obrigada mesmo, eu serei eternamente grata a você!


- Não precisa agradecer - Tânia guardou o arco - Venha vou te servir um pouco de água e comida que ainda temos.


Talorc continuava sentado em cima da rocha, ele chorava. Tânia botou a garota sentada do lado do rei, deu seu cantil a ela e um pedaço de pão, a garota comeu como se fosse seu único alimento em dias.

- Obrigada, Tânia! - A garota sorriu alegremente.

- Peraí... - Tânia mirou seu arco em direção a garota - Eu nunca lhe falei meu nome, Quem é você!?

A jovem sorriu, uma luz branca e dourada muito forte emanou do corpo da garota, quando a luz sessou, a garota era uma mulher ruiva com o cabelo curto, ela tinha asas, sua roupa era amarela dourado e na sua mão uma varinha onde no cabo estava escrito "PAZ".

- Eu sou Zelani - Ela se curvou e sorriu - A rainha das fadas e vocês passaram no teste!
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