domingo, 28 de junho de 2015

Tânia volta para a cabana coloca o alce na mesa, joga o papel em cima dele e sai de perto. Lanuzi vendo tudo seca suas mãos no vestido e estranha a atitude da amiga.

- Alguém não teve um dia de caçada bom - Ela sorriu - O que foi que houve? algum bicho te mordeu?

- Veja, isso... - Tânia cruza os braços, a chateação está estampada em seu rosto, ela respira fundo.

Lanuzi sem entender direito pega o anúncio, quando olha não acredita no que lê, arregala os olhos e vai para perto do amiga.

- Você está bem?

- To sim - Ela olha em volta da pequena casa - Onde estão Prado e Ignis?

- Prado, foi ajudar Ignis a arrumar as coisas para partir e eu acho que você devia fazer o mesmo - Lanuzi disse tentando puxar o alce da mesa, mas ele era bastante pesado então ela decidiu arrastar ele até os fundos para fazer a limpeza.

Tânia começou a juntar tudo que conseguia, colocou sua faca na bota, seu arco com o aljave nas costas,  amarrou seu cabelo e foi ver a amiga antes de ir. Lanuzi já estava toda suja de gotas de sangue, mas o grande animal estava praticamente limpo.

- Acha que dá para você e Prado se alimentarem enquanto estamos fora? - Tânia mantinha sua expressão de desapontamento estampada em sua casa.

- Com certeza e ainda sobra para quando vocês voltarem - A mulher sorriu.

- Lanuzi - Tânia disse se encostando na parede da cabana - Acha que isso tudo valerá a pena?

- Como assim? - A cozinheira se levantou, ficou em pé e olhou para a companheira - Fala do anúncio que diz que Otávio foi encontrado e que será anunciado hoje para todas as pessoas dos dois reinos?

- Não exatamente, a questão é: Será que depois de passar por isso para salvar ele, no que vai dar?

- Se vocês seguirem os contos clássicos - Ela levou sua boca a mão - vocês se casarão e serão felizes para sempre.

- Ai é que tá - Tânia olhava para o horizonte - Não quero ficar aqui, não sendo rainha, quero continuar por ai combatendo o mal que meu pai causa.

Lanuzi diz que apoiará qualquer coisa que amiga fizer, elas se abraçam e a mulher de Prado acompanha a guerreira até a saida da vila.

- Boa sorte minha amiga, que Zelani te guie em seu caminho - Ela volta a abraça a amiga mas dessa vez sussurra em seu ouvido - Você ama mesmo Otávio?

- Amar é uma palavra muito forte amiga - Tânia sussurra de volta - Sinto uma atração muito forte por ele, acho que só vendo para saber se o que sinto é forte assim.

- Vá vê-lo então. - Elas se afastam e Lanuzi Sorri.

Tânia sobe em seu cavalo, acena para a amiga e parte para floresta a dentro, cada vez mais se afastando da vila, agora era só ela, como nos velhos tempos.

Enquanto isso no castelo, Natália se preparava para fazer o anúncio falso de que Otávio estava vivo e de que eles iriam unir os reinos se casando. O príncipe entra na sala com seu uniforme branco e dourado, sua espada presa na bainha da cintura e um sorriso de felicidade tão grande que maior não havia. Ele vai em direção a sua noiva, a beija e vira seu corpo para o espelho.

- Você está tão linda! - Ela abraça ela por trás, Natália sorri pela primeira vez de felicidade.

- Obrigada, meu anjo.

- Podemos ir? - Ele segurou a mão dela e saiu andando. - Quero anunciar para todo mundo a perfeita mulher que eu tenho.

- Claro que podemos.

Os dois saem da sala e dão de cara com Lúcio encostado em uma parada a frente, justamente esperando eles saírem. Lá fora o povo todo reunido fica cochichando e comentando, alguns apostam que Tânia vai aparecer de novo, outros dão felicidades ao casal e o grupo ao fundo tem tanto medo da magia de Natália que prefere não se aproximar.

As vozes só se silenciaram, quando os guardas começaram a soar as cornetas anunciando que a família real atual iria sair do castelo e se expor para todos ali. Quando Otávio e Natália entram de braços dados, o povo ovaciona os dois, ouvem-se aplausos, gritos e flores até mesmo flores são arremessadas para os dois. Lúcio vem em seguida com uma mascara e um sobre todo para que a população nao reconhecesse o deus.

- Meu caro povo! - Otávio foi quem deu o pontapé inicial do discurso, surpreendendo a todos até mesmo Natália e Lúcio. - Estamos aqui hoje para comemorar que a sua princesa me salvou das garras da inimiga do continente!

O povo aplaudiu a ação, mesmo que fosse mentira, da princesa.

- Não fiz mais do que minha obrigação - ela disse ao noivo.

- E é por esse motivo que estamos aqui hoje - ele continuava o anúncio - Sua princesa e eu iremos nos casar!

Todos gritaram de alegria. Um zumbido percorre toda a região do castelo, um flecha, mas não era qualquer uma, Lúcio levanta a palma da mão e envolve Natália que nem havia percebido o ataque. Quando todos se voltaram para a região fora do castelo, uma pessoa montada num cavalo com seu arco em mãos, com a respiração pesada e alguns ouviram seu choro.

O deus malígno apenas sorriu, afinal todos ali sabiam quem era. Tânia apenas guardou o arco em suas costas e voltou para dentro da floresta, cavalgando, apenas na compania de suas lágrimas.

Enquanto os três malvados ficam para trás afim de terminar o anúncio, Tânia se senta sob a sombra de uma pequena e singela árvore. Imagina o que teria que fazer para liberar Otávio das garras bruxa, "mas será que é isso o que ele realmente quer?" ela pensou. Ficou ali parada tempo o bastante para adormecer em cima das raízes.

Lúcio estava admirando a noite, deuses não precisavam dormir, ele adorava a noite porque quase não havia luz, dando espaço para as trevas dominarem tudo. O deus aproveitou para andar pela floresta escura, ouvia o uivo dos lobisomens e em seguida gritos de desespero, ele se teleportou para perto, queria ver a cara das pessoas sendo atacadas pelo monstro. Um pequeno vilarejo era, aos poucos, destruído pela fera, tudo estava um perfeito caos o que fazia Lúcio rir com a cena que via.

O lobisomem continuava a dizimar a população por completo, a manhã chegava e o sol saia iluminando toda região, fazendo o monstro parar, Lúcio não iria deixar então camuflou a região fazendo com que a luz do sol não passasse, deixando-a totalmente escura. A besta ia em direção a ultima pessoa viva na vila, uma menina devia ter por volta de oito anos, pequena, chorava de medo. A cada passo da fera, Lúcio sorria com mais felicidade, adorava ver destruição, ainda mais quando havia mortes também.

Assim que o monstro se jogou em cima da garota, uma fênix surge e acerta em cheio seu corpo, fazendo-o  cair. Um garoto se aproxima andando lentamente, aparentemente nenhuma arma em sua mão, Lúcio cerra os olhos estranhando o novo ser que aparecera, afinal invocadores por essas área são raríssimos de se encontrar. O garoto fica parado alguns passos longe da fera. esta volta a atacar o mago que continua sem mexer um músculo, seu mascote acerta novamente o inimigo e pousa no chão.

- Mais um para coleção Felícia - A fênix bate as asas, seu mestre tira uma faca da bolsa e corta a cabeça do lobisomem que é diminuída com magia e colocada em seu bolso. - Podemos ir agora.

Lúcio percebe que aquele garoto era mais um portador e que deveria ser eliminado antes que se unisse a outros heróis. O deus então manda três demônios atrás do jovem, que nem se vira, somante manda Felícia atacar, para sua surpresa a fênix não consegue defender o dano e é arremessada para longe, o invocador corre para amparar sua mascote.

- Você está bem? 

O invocador abre um portal vermelho no chão para que a ave volte para o seu mundo, ele olha o deus no alto do monte e torna a se focar nos monstros a sua frente, mais um portal aparece porém dessa vez da cor branca. Um alasão sai de dentro dele, o mago sobe no seu novo mascote e foge para dentro da floresta, Lúcio comanda suas bestas para seguir e eliminar esse inimigo, enquanto ele volta ao castelo.

Tânia acorda, com a aparência péssima e cansada, se levanta daquele meio e repara que seu cavalo não fugira mesmo sem estar amarrado, ele havia se deitado perto da mestra. Ela ouve o barulho de uma queda de água próxima e decide que devia cuidar mais de si mesma, então vai até cachoeira, deixa suas roupas numa pedra a beira da margem e mergulha nas águas geladas contudo agradáveis.

O banho é tranquilo o bastante para que pensasse em toda sua vida até aquele momento, imaginando o que mais teria de enfrentar pelo seu final feliz. Ela fecha os olhos e evade seu pensamento do presente, imaginando a vida que sempre desejou ter. Ela ouve barulho de cavalgadas vindo em sua direção.

- Já não era de se esperar, o dia estava tranquilo demais - Tânia revira os olhos e respira fundo , se levanta contudo quando se vira repara num homem cavalgando a toda velocidade em sua direção, o cavalo para devido a água e o rapaz em sua garupa é arremessado para dentro da cachoeira,  Tânia se abaixa para não ser acertada pelo corpo masculino.

Ela corre, mesmo portando apenas roupas íntimas e molhadas, pega seu arco e atira duas flechas ao mesmo tempo nos dois monstros, ele ficam atordoados. O rapaz chega a beira e só então repara naquela linda mulher, que estava lutando contra os terríveis monstros que há algum tempo estavam atrás dele, seus olhos ficaram admirados com tal coragem vindos de uma moça.

Tânia chama sua espada e com ela consegue derrotar os dois monstros, ela se vira, percebe que está com suas roupas íntimas na frente de um homem pela primeira vez e fica totalmente vermelha de vergonha. Ela corre para trás de seu cavalo, pega um pedaço de pano na bolsa e se enrola nele.

- Vai ficar ai parado ? - Ela disse de trás do equino - Ande pegue minha roupas ali na pedra!

O homem por um momento fica sem entender mas depois acorda de um transe e se move para pegar as roupas de sua heroína. Ele pega as roupas e leve até ela sem olhar para cima, apenas de cabela abaixada pela vergonha que fizera ela passar. Algum tempo depois ela finalmente mostra sua cara e toma coragem para falar com o rapaz que estava todo molhado também.

- Pegue isto deve servir para pelo menos tirar o excesso de água - Ela entrega um pano reserva que tinha pego com Lanuzi e entrega na mão dele, que estava sentando olhando a água da cachoeira cair.

Mais algum tempo em silêncio, Tânia quebra o gelo, se senta ao lado do estranho e oferece a ele uma maça que tinha guardada.

- Então o que eram aquelas coisas atrás de você? - ela perguntou.

- Sabe, nem eu sei o que eram aquelas coisas e olha que conheço muitas bestas - Ele disse ainda focado nas águas caindo.

- E o motivo de estar sendo atacado era? - Tânia diz insistindo.

- Ta bem irei te falar um pouco de mim - ele respira fundo - Meu nome é Kiran, tenho 22 anos, nasci na cidade de Volca ao sul daqui.

- Nunca conheci porém ouvi falar das guerras que afetaram o sul - Tânia disse agora também fitando a cachoeira - isso tem algo com você estar fugindo desse monstros?

- Sim e não - Ele deu um leve sorriso envergonhado - digamos que sim eu estou fugindo, mas não, não é para fugir destes monstros, eu apenas quero achar um motivo para viver, toda minha família foi dizimada na grande guerra ancestral.

- Meus sentimentos, mas então o que você tem de especia para mandar alguém mandar te perseguir? - Tânia deu um tapa de companheirismo nos ombros de Kiran para que o clima triste sumisse.

- Não sei porque mas algo me diz que você é confiável - Pela primeira vez o invocador olha diretamente nos olhos da mulher e perceber que eles eram de outro mundo. Muito mais bonito e penetrantes que qualquer outro existente.

- Tem coisa que o destino faz, que nem mesmo os deuses entendem - Tânia automaticamente olha para a pulseira que sua mãe havia dado a ela e sorri.

Kiran se levantou, juntou suas mãos e nelas apareceram um livro, pequeno quase não tinha muita coisa escrito, existia duas páginas, uma com uma fênix, que Tânia pode ler o nome felícia e na outra uma cavalo, mas não um qualquer era branco, grande e bonito, Alasão.

- E o que isso quer dizer? - Ela estava confusa.

- Esse livro apareceu perto de mim assim que eu vi toda minha raça ser extinta - ele fez com que o livro sumisse - não sei porque ou quem mandou isso mas ele funciona como uma porta de entrada para dois mundos, sendo assim animais com alguns símbolos especiais podem ser domados mas não sei mais do que já te contei.

- E pelo que entendi - Tânia continuou a fala do rapaz - você só conseguiu domar achar e domar dois dessas bestas.

- Tem um que eu encontrei mas eu não consegui chegar perto para saber onde era o símbolo dele. - Kiran limpa toda terra da roupa.

- Kiran eu conheço uma pessoa que talvez saiba um pouco sobre esse seu livro? - Tânia retirou a pulseira do pulso, puxou a mão do amigo e colocou sobre uma pedra.

A guerreira passou sua mão sobre o artefato que brilhou, a imagem de uma mulher muito conhecida por todos apareceu, Kiran se espantou.

- De-deusa Amélia? - Ele arregalou os olhos e se curvou - Tânia você sabe quem essa mulher é?

Tânia levou sua mão a boca, tampando ela e deu um leve sorriso.

- Olá mãe!

- Como vai filha? - Amélia sorriu - Fico feliz que tenha me chamado.

- Pera ai, você é filha da deusa da bondade? - Agora a expressão de Kiran era de um garoto assustado.

- Assim eu acho sim - Tânia disse de forma irônica - eu sou Amélia?

- Bom, eu tive você dos meus ventres, então é sim - As duas riram. - Mas para que especificamente você me chamou?

- Então este rapaz apareceu aqui trazendo bestas atrás dele... - Depois de contar toda a história para a deusa, um silêncio pequeno foi feito até que Amélia começou a falar.

- Kiran né? - Amélia sorriu - Sinto lhe informar ou fico feliz de ter informar, depende da sua reação, que você é um portador de uma arma sagrada.

Tânia arregala os olhos e fita Kiran, que se sente mais surpreso ainda.

- Meninos tenho que ir - A projeção de Amélia já ia sumindo - Kiran o monstro que você quer domar, leve Tânia e ela te ajudará.

- Sim senhora - Ele se curva - muito obrigado pela ajuda.

- Até mais mãe! - a imagem de Amélia já havia sumido, Tânia virou-se para seu novo amigo - então quer dizer que você é um de nós?

- No-Nós? - ele estava surpreso, parece que não tinha assimilado todas as informações que a deusa passara - você também é uma portadora? é assim que falam? não entendo tudo isso.

- Se acalma eu também fiquei surpresa quando soube - Ela foi caminho em direção ao seu cavalo - te conto no caminho.

- Aonde vamos? - Kiran procurava seu cavalo mas ele havia fugido com o susto.

- Não ouvi Amélia falando? - Tânia sorriu, montou em seu cavalo e ofereceu sua mão para o amigo - precisamos ir atrás desse tal monstro para que você ganhe mais uma besta doméstica.

- Mas ele fica nas montanhas do norte - sua expressão mudou, ele abaixou a cabeça em sinal de desapontamento.

- Então teremos bastante caminho para eu te explicar tudo o que sei sobre os portadores. - Ela sorriu. - Venha, vamos sair daqui.

Kiran segura na mão da mulher e sobe na garupa do cavalo, os dois partem em direção ao sul.

Lúcio aparece no castelo, Natália está no meio a sessão de atendimento aos camponeses, não que ela aprovasse muitos pedidos, contudo era uma ocasião que não podiam cortar de jeito algum, afinal ninguém consegue segurar uma população revoltosa nem mesmo a bruxa com magia negra mais forte existe e o deus das trevas. Uma camponesa com roupas rasgadas e toda suja é a próxima a entrar na sala do trono, ela se ajoelha e pede para que Natália desse algum alimento para sua família, pois não comiam nada havia semanas, a princesa ficou pensativa mas assim que olhou para Lúcio, ele faz um sinal de tanto faz. Então ela aceita o pedido e da o que de comer por um mês porém manda a plebeia plantar seu próprio alimento.

Algum tempo após a sessão acabar, Otávio entra com flores nas mãos e um anel feito de ouro pelo ferreiro.

- Minha amada - ele foi até a princesa, entregou as flores e puxou sua mão - Dei umas moedas de ouro para que o ferreiro fizesse isto apenas para você.

A bruxa fica toda feliz e sorridente, com o anel em sua mão e beija seu noivo.

- Fico feliz que tenha lembrado de mim.

- Eu sempre me lembro de você - ele disse abraçando ela e em seguida sussurra - Afinal, eu te amo.

Ao ouvir aquilo as bochechas de Natália ficaram totalmente vermelhas, seu coração explodia de alegria e seu estomago haviam dragões voando nele.

- Chega de papo vocês dois - Lúcio disse separando os dois com magia.

- Então Lúcio achou algo demais nos seus passeios noturnos? - Natália disse soltando um pigarro e arrumando seu vestido.

- Achei algo que me intrigou bastante - Lúcio disse se sentando no trono da princesa - Um portador de uma arma sagrada.

- E o que tem de tão interessante nisso? - Otávio indagou - você não tinha dito que eram doze as armas sagradas?

- Sim mas esse é diferente - o deus continuou - sua arma sagrada era uma das três mais fortes e principais.

- E qual era? - Natália franziu a testa confusa.

- A invocação de bestas - assim que pronunciou essa palavra os outros dois se olharam - além dessa existem mais duas que não são elementais, uma ainda não foi designada a nenhum ser e a outra está presa numa torre amaldiçoada junto com seu portador.

- A última é tão forte assim? - Natália arregalou os olhos.

- Digamos que a pessoa que tem esse poder - Lúcio se levantou - tem o poder de fazer o que bem entender.

Os três foram teleportados para a biblioteca pela magia do deus.

- E Então -  Tânia disse galopando com Kiran em sua garupa - isso é tudo que eu sei.

- Bom deixa eu ver se entendi - o garoto continuou - não sabemos quantas armas existem, você é portadora da luz e eu de uma não elemental que seria a invocação de bestas.

- Até ai correto.

- E sabemos que existe um processo chamado substituição em que uma arma sagrada pode viver em outro portador até mesmo um morto fazendo com que ele volte a vida? - o invocador disse fazendo a amiga sorrir.

- Você aprende bem rápido - Ela soltou um leve riso.

Os dois continuaram por mais algumas cavalgadas em silêncio até que chegam ao seu destino, as montanhas do norte, um lugar completamente coberto de cinzas, árvores com folhas secas e na parte de baixo da montanha uma entrada ao que parecia de um templo antigo que foi soterrado. Eles descem do cavalo e o amarram numa árvore perto.

- Fique aqui nós já voltamos - Tânia disse e da um pequeno beijo na testa do animal.

- Pronta? - Kiran disse sem esconder seu medo - Lá dentro fica a besta que eu falei.

- Você não me disse até agora o que iremos enfrentar. - A guerreira disse tirando o arco da bolsa no cavalo e colocando nas costas.

- Um dragão - ele disse fitando a entrada da caverna - Mais precisamente um dragão guardião.

- O destino é complicado de se entender - Tânia disse surpresa - Eu estava numa missão para achar um dragão e coletar uma gota de seu sangue.

Os dois se olham e seguem seu destino para dentro da toca. Entram com cuidado para não alertar sua chegada, a caverna era escura mas Tânia consegui enxergar um brilho vindo de dentro e seguiu ele. Kiran estava com tanto medo que estava olhando para tudo que é lado.

Chegando a fonte da luz, os dois deram de cara com a fera, que era tão grande que os dois pareciam formigas perto dele, todo negro Tânia tirou sua faca da bota e foi para cima do monstro.

- Tânia! O que está fazendo - Kiran sussurrou - Vamos embora, olha o tamanho deste monstro.

- Precisamos fazer você domar ele e eu preciso de uma só gota do sangue dele. - Ela disse pegando a faca e num rápido movimento fez um pequeno corte num dos dedos do dragão que dava três vezes o tamanho de um humano, o sangue dourado escorreu Tânia deixou cair duas gotas num pequeno frasco de vidro.

A fera ao sentir a presença dos humanos abriu os olhos, Kiran pode repara que seus olhos eram roxos, o dragão abriu a boca e soltou um barulho ensurdecedor, Tânia e Kiran correm rapidamente para sair da caverna.

- Ainda bem que a entrada é pequena - Kiran disse colocando suas mãos nos joelhos e respirando fundo pela boca.

Assim que terminou a frase, a entrada do templo explode, pedras são lançadas para todos os lados e o imenso monstro sai de lá, soltando fogo negro de sua boca.

- Eu e minha boca - O invocador disse revirando os olhos, fazendo Tânia rir.

- E então o que você precisa para domar uma fera? - Tânia disse quase gritando.

- Preciso saber seu nome verdadeiro e escrever no meu livro. - Kiran disse respondendo na mesa altura.

- Certo isso parece loucura, mas entendi - Tânia disse puxando o arco das costas. - Vamos lá.

- Sim vamos! - Kiran disse invocando felícia para a batalha - Felícia, apenas modo de defesa, ele é bastante forte não temos condições de matar esse ai.

A fênix fez que sim com a cabeça, a besta veio para cima dos dois humanos, Tânia com sua rapidez consegue escapar e atira uma flecha no inimigo que faz com que o projétil se quebre. O dragão se vira para Tânia e vai para cima dela, ela corre para dentro da floresta. Kiran fica pensando qual seria o nome da fera.

"Um dragão guardião negro e que possui sangue dourado"

- Kiran! - Tânia grita enquanto corre - Você disse que ele era guardião, o que ele guardava?

O invocador não responde, mas arregala os olhos indicando uma ideia para a parceira que fica feliz ao vê-lo correndo para dentro do templo, Felícia tenta ajudar Tânia com o dragão, ela lança golpe de ventos com suas asas e cospe pequenas bolas de fogo. As duas ficam tentando distrair o máximo que conseguem, mas o lendário inimigo é muito mais forte.

Lá dentro Kiran revira todo tesouro, havia muito ouro e pedras preciosas naquele meio, ele fica buscando algo que pareça com um nome, nada vem a sua cabeça, continua procurando até que acha uma moeda de prata muito diferente das outras visto que tudo ali se baseava em ouro, nela estava escrito KO. Então ele começou a buscar para ver se tinha mais alguma daquela ali, espalhava tudo em busca da moeda diferente, estava quase desistindo quando reparou que na parte de cima da caverna tinha algo brilhando, ele não pensou duas vezes e procurava um jeito de subir.

Tânia havia começado a se preocupar com amigo que não voltava, mas não podia desfocar do inimigo, estava ficando enjoada de desviar e correr, uma hora ela sabia que ia errar e talvez isso a levasse direto para morte, torcia para que Kiran tivesse encontrado algo e voltasse logo.

O invocador tinha encontrado uma escada escondida na parede, então correu e subiu até que chegou a um altar onde tinha três espaço, dois deles vazios e um dele, o do meio, com outra moeda de prata escrito RA, então Kiran entendeu que o nome tinham três sílabas, ou seja faltava uma só moeda mas se não estava ali só podia estar com o inimigo. Ele correu pegou a outra moeda de prata, desceu e correu para fora da caverna.

Quando Tânia viu o amigo ficou mais aliviada, nesse segundo que se distraiu, uma patada do dragão arremessou ela pelos ares, Felícia voou o mais rápido que podia e pegou a garota ainda no ar, descendo ela com calma até o chão.

- Obrigada amiguinha - Tânia disse se sentando na terra - Se não fosse a benção de Amélia talvez eu estivesse morta nesse instante, sorte que foi só um corte.

Felícia voltou para perto de seu mestre, Kiran disse para a fênix que queria chegar perto do inimigo o bastante para poder analisa-lo, o mascote não entendeu mas seguiu a ordem. O invocador subiu em cima dela e os dois voaram para perto do dragão, Felícia era rápida desviava de cada ataque ou magia solta pela inimigo ancestral. Tânia se levanta aos poucos e observa como o garoto age com sintonia com suas bestas, os dois parecem um só, quando o dragão sobrevoou sua cabeça algo refletiu a luz do sol e a portadora levou sua mão até os olhos. Quando conseguiu enxergar notou que havia uma moeda pequena na testa do dragão.

- Kiran! - O amigo deu atenção a mulher la em baixo. - Tem algo na testa dele, talvez isso ajude!

O invocador assentiu com a cabeça e deus ordens para que Felícia chegasse perto o bastante para ele ver o que era, a Fênix voou mais alto que o inimigo imenso e desceu, em sua direção, desviando do fogo negro que saia da boca dele. Quando chegou perto do inimigo, Kiran pode olhar ele nos olhos e num rápido movimento viu que em sua testa havia outra moeda igual as outras escrito TA.

- Consegui! - Kiran disse animado e sorrindo - Felícia deixe-me no solo.

A invocação seguiu as ordens, o dragão voava descontrolado de um lado para o outro, até que veio em direção a Kiran que correu floresta a dentro com as três moedas em mãos pensando qual nome seria, ele só tinha uma chance. Assim que chegou a beira de um precipício, viu o dragão se virando contra ele no abismo, então quando ia soltar uma bola de fogo negra, Kiran invocou sem livro, escreveu alguma coisa e gritou.

- Tarako, pare! - O dragão parou na mesma hora, o invocador fechou os olhos, mas ele havia acertado, chegou perto do novo amigo aos poucos, com medo, passou sua mão na cabeça do imenso bicho. Montou no dragão e voltou para onde Tânia estava.

Quando viu que o amigo havia conseguido, pulou de alegria, ele posou o dragão que ficou atrás dele apenas esperando outra ordem.

- Qual é o nome dele afinal? - a guerreira disse chegando perto do antigo inimigo e também fazendo carinha sobre seu enorme nariz gigante.

- Tarako - Ele olhou o livro - Pelo que diz ele tem mais de quatro mil anos é um guardião.

- Ele é lindo - Ela disse tentando abraçar o novo mascote.

- Hora de eu seguir meu caminho - Kiran disse olhando para baixo meio triste.

Tânia pensou e sorriu.

- Porque não viramos parceiros? - Tânia disse se virando para o amigo e estendendo sua mão - Nunca gostei e tive companhia e você está sem ninguém mesmo.

Kiran estava precisando de um lugar para morar, como Tânia conhecia um mundo todo, talvez ele fosse com ela para não ficar sozinho, ele não suportava a ideia de ter que caminhar nessa vida sozinho. Então ele aperta a mão dela, selando um acordo. A guerreira havia ganhado um grande companheiro e ele uma grande amiga.

- Acho melhor sairmos daqui - Tânia falou - Temos outra parada nas montanhas do sul e elas são bem longe daqui.

Os dois montaram no dragão e foram voando para a montanha do sul.

sábado, 20 de junho de 2015

Natália e Lúcio estavam na sala do trono planejando o próximo passo contra Tânia, Natália dizia que eles poderiam fazer um ataque direto junto com Drest que seria fácil matar a inimiga, Lúcio já não gostava tanto da ideia, falava que isso seria se arriscar demais, pois Tânia tinha poderes escondidos que nem mesmo ele conhecia, de uma certa forma a bruxa concordava, contudo o que ela mais desejava era a cabeça da filha do aliado nas mãos.

- O que faremos afinal? - Natália disse se sentando no trono e soltando um suspiro.

- Assumo que não sei - Lúcio levou sua mão ao espelho e mostrou a população, tudo estava calmo novamente, ninguém demonstrava oposição ao reinado da bruxa. - Sinceramente, o melhor acho que seria lutar contra ela aqui dentro.

- Ou seja esperar o próximo movimento dela, mas nos preparando para um ataque a qualquer momento? 

- Viu, até que você não é tão burra como eu pensei - Lúcio sorriu debochadamente.

Nesse momento Otávio entra, todo arrumado, com seu uniforme real, ele sorri e vai em direção a Natália, ele chega perto dela que se levanta e o abraça, eles ficam com os corpos tão juntos que Natália pode sentir o alito fresco vindo da boca do príncipe.

- Já remarcou o casamento? - ele sorri, seus dentes eram brancos como neve.

- Vo-Você quer se casar comigo? - a bruxa estava envergonhada, não estava nos planos dela se apaixonar por ele, mas Otávio era tão bonito, tão forte e corajoso que estava conquistando o coração dela.

- E quem não quer? - Ele olhava fixadamente em seus olhos, penetrando na alma dela - Olhe para você, tão jovem, tão bonita, tão maléfica que é impossível não querer.

- Ok irei remarcar-lo então - Os dois se beijaram, o frio na barriga da bruxa aumentou, ela sentiu como se não precisasse de mais nada no mundo. 

Lúcio bateu palma.

- Natália - ele riu - Conseguiu o que queria em!

- Ela sempre teve meu coração - Otávio disse pela primeira vez desgrudando da moça e ficando a seu lado.

- Claro - Lúcio começou a caminhar em direção aos dois - Esse casamento vai vir a calhar.

- O que está planejando? - Natália disse franzindo a testa e olhando para o mestre.

- Bom se vocês anunciarem isso direito, Tânia certamente virá saber se Otávio realmente não gosta dela.

- Se nos prepararmos armadilhas, certamente ela cairá e ai é só finalizar com ela e todos nossos problemas acabam.

- Eu estou louco para ver isso - Otávio disse, surpreendendo até mesmo Lúcio.

- Essa poção é realmente forte - Natália disse sorrindo.

- Chega de papo e vamos preparar o grande anúncio. - Lúcio disse teleportando os três numa nuvem de cor preta.

Em Kutha, quando a poeira da explosão começou a abaixar todos puderam ver o que realmente aconteceu, Tânia continuava se contorcendo no alto para sair da prisão de terra, mas quando ela olhou para baixou arregalou os olhos sem acreditar no que via, uma lágrima caiu do seu rosto. Lanuzi levou as duas mãos a boca e sua expressão de surpresa misturado com suas lágrimas que caiam aos poucos não deixava dúvida. Menara levantou aos poucos atordoado com sua cabeça doendo, quando olhou o que tinha acontecido também não acreditava.

- E-ele me salvou... - Menara levantou as duas sombrancelhas.

Quando a poeira sumiu completamente, a vila ficou em silêncio. Prado estava caído com o espinhos enorme atravessando seu corpo e ficando ele no chão, havia sangue por toda parte espalhado. Tânia começava a fica com raiva, seu coração batia muito forte, ela queria ver sangue de Yuta derramado no chão.

- Patético - Yuta riu - Esse ser insignificante só atrasou a morte desse velho.

Tânia quando ouve aquilo é consumida pela raiva, seu corpo começa a queimar, um grito é escutado por todos e uma forte luz sai do corpo dela, tão brilhante e tão alto que ao longe o povo de Gharnes olha aquilo e chama a atenção de Natália e Lúcio que estão na biblioteca fazendo o anúncio, este se espanta com o que vê.

- Não é possível - Pela primeira vez o deus espanta alguma reação de surpresa - Isso não pode estar acontecendo.

- Não estou entendendo nada - Natália estava meio preocupada - Afinal o que aquela luz dourada significa?

- Isso é muito ruim! - O deus olhava perplexo com o que via

- Lúcio me escuta - Natália chegou perto dele e o sacudiu.

Ele não respondeu apenas mexeu a mão e levou os dois para Kutha, os dois flutuavam acima de todos numa bolha preta.

- Apenas veja e preste bem atenção no que vai acontecer agora - Lúcio apontou para o foco de luz que saia.

Natália focou seu olhar todo ali e pode perceber que aquela luz parecia querer expulsar toda magia negra do seu corpo, sabia que se fosse a magia dela controlando a orbe em que os dois estavam provavelmente não aguentaria segurar. Quando cessou aquele sinal, todos puderam ver um ser todo feito de luz, uma mulher, possuía asas brilhantes também feitas da propriedade luz. Em sua mão uma espada já conhecida por todos brilhava fortemente.

Lúcio sorriu, Natália apontou e arregalou os olhos.

- Sim é exatamente quem você está pensando, preste bem atenção no que é poder de verdade.

O anjo partiu para cima, era tão rápido, praticamente voava na velocidade da luz, impossível de se ver com olhos humanos, era como se ela andasse teleportando. 

- Tânia? - Lanuzi perguntou assustada.

A mulher olha Lanuzi e confirma com a cabeça. Tânia vai em direção a Menara pega o amigo e leva para o lado da mulher de Prado. Depois se vira para Yuta e fica encarando ele.

- Acha que é capaz de me derrotar agora ? - Ele riu - Só porque virou um anjo?

Quando ele terminou a frase Tânia já estava na frente dele com Calaya em suas mãos.

"Vamos brincar um pouco!" a voz da mulher ecoou dentro da mente do mago. Era diferente, parecia ter poder, uma tom doce porém destemido. Tânia colocou sua mão na barriga do inimigo, que foi lançado atravessando algumas árvores e parando finalmente numa pedra. Yuta se levanta assustado e começa a formar uma grande parede de terra em sua volta, qualquer um não passaria daquela quantidade de terra, todavia Tânia já tinha atravessado e estava do lado do mago.

"Isso é por ter perturbado a vila por tanto tempo" Ela socou o mago de volta para a vila.

"Isso é por ter tentado matar Menara" Ela o  chutou para cima.

"E isso é por ter matado Prado!" Ela voou para cima com Calaya em punho, ninguém conseguiu ver nada apenas Yuta caindo no chão com seu corpo divido em dois.

Tânia sente uma energia estranha e quando olha para cima da de cara com seus maiores inimigos observando tudo, ela bate as asas e vai para cima dos dois, Lúcio lança uma magia sobre a filha que a desacelera e eles somem de volta ao castelo. A anjo desce, sente seu corpo pesado, de repente tudo fica escuro e ela apaga.

De volta ao castelo de Drest, Natália não estava acreditando no que tinha visto.

- Como foi que ela ficou tão forte assim?

- Bom por onde eu vou comecar? - Lúcio passou uma de suas mãos lembrando de algo que havia esquecido de falar.

- Do começo né? - Natália estava furiosa com o mestre, afinal ele não contora sobre esse "super poder" da Tânia.

- Bom quando dois deuses se apaixonam e tem uma criança - Lúcio respondeu pensativo - Essa nova vida é denominada: Sobredeuses.

- Entendi, mas o que tem de tão especial nisso? - Natália perguntou

- Bom você mesma viu, eles são imunes a magia da propriedade dos pais e tem transformações que faz com que o poder deles seja equiparado a um deus.

- Então eles podem ter esse poder quando quiserem? - Natália estava surpresa.

- Até hoje não conheço ninguém que consiga se transformar voluntariamente, isso ocorre quando um sentimento se sobrepõem a todos os outros.

- E o da Tânia seria raiva?

- Acho que não, raiva é um sentimento ruim, se fosse isso o anjo em que ela se tornou seria negro - ele andou em direção ao espelho da penteadeira e nele agora mostrava o momento em que Tânia havia se transformado, foi o exato momento em que Prado recebeu a magia de Yuta e morreu. Natália assistiu aquela cena e sugeriu que fosse vingança, mas Lúcio logo discordou. A cena se repetia inúmeras vezes, o deus observava a reação de sua filha com seus olhos cerrados, até que:

- Justiça - ele sorriu - o sentimento que transforma Tânia é a justiça, isso é muito bom

- Bom? - Natália levantou a sombrancelha pois não estava entendendo o que o mestre sugeria.

- Sim, se o coração de Tânia se transforma pro bem - ele invocou um exemplo de coração de duas partes em sua mão - se fizermos ao contrário, ou seja provocar a parte negra, ela pode se transformar em um demônio e podemos usá-la a nosso favor.

- E como faremos isso? 

- Tenho um plano, mas talvez demore um pouco mas se acontecer nada mais poderá nos impedir de comandar não só esse continente mas o mundo todo.

Os dois foram a biblioteca, terminar o anúncio e bolar algo contra sua inimiga em comum.

Tânia abre o olho ainda meio tonta, olha em volta e nota que ainda está na cabana do chefe de Kutha. Ela se senta na cama improvisada com palha, leva sua mão à cabeça e tira as folhas e ervas que estavam numa coroa. Ao sair ela da de cara com a vila praticamente reconstruída, a população vivendo normalmente, ao fundo Ignis brincava com as crianças soltando fogos de artifícios.

Andando mais um pouco Tânia dá de cara com Lanuzi cantarolando, com uma cesta no colo, catando frutas em um pequeno arbusto e ao seu lado um homem. A filha de amélia cerra os olhos e repara que o homem parece muito com Prado poderia até ser um irmão, mas ao invés disso tinha plantas em volta do seu corpo e sua aparencia estava um pouco mais velha, em sua mão o cajado de Menara. 

Lanuzi volta com a cesta cheia e ao ver Tânia acordada na sua frente, ela deixa tudo aquilo cair e corre na direção da amiga.

- Tânia! - ela demonstra sua felicidade dando um abraço na amiga e olhando nos olhos dela de forma sorridente - eu sabia que você voltaria!

O homem barbudo com suas plantas se aproxima, quanto mais perto ele chega mais Tânia pode reparar no quanto ele se parece com Prado e lembra levemente a fisionomia de Menara.

- Olá Tânia, fico feliz que tenha sobrevivido - sua voz era identca a de Menara, o que fez com que a guerreira ficasse bastante assustada.

- Perai, primeiro quem é você? - ela indagou apontado pro homem a sua frente - E segundo por quanto eu desmaiei ?

- Ue não está me reconhecendo? - ele sorriu.

- Prado? - ele abriu os braços e sorriu.

- Caramba! Como você!? - ela olhou em volta dela procurando alguém, até deu alguns passos para frente mas não o achou. - Mas onde está Menara?

Ignis ve de longe sua mestre e voa tão rápido de felicidade que ao chegar perto de Tânia não consegue parar, ela abaixa e ele acerta uma árvore que está logo atrás. A guerreira vai até ele, limpa o pelo dele e o pega no colo.

- Desastrado como sempre - ela sorriu e sai andando com ele no colo.

- Tânia voltar para Ignis! - ele começa a chorar - Tânia ser como mãe que Ignis nunca teve, Ignis amar Tânia como mãe, Tânia não morrer se não os pelos de Ignis nunca mais crescerão de tanto que Ignis ficará triste.

- Acho que foi a coisa mais bonita que alguem já me disse - ela colocou ele no chão, agachou e deu um abraço no pequeno - Tânia também amar Ignis - ela diz imitando o jeito de falar do pequeno Dragato.

Começam a cair pingos de chuva, todos entram para suas devidas casas, Tânia e Prado se sentam sobre uma mesa de pedra. Lanuzi entra num cômodo mais ao fundo e trás mais ervas para colocar sobre a cabeça da amiga que ainda estava meio dolorida. Ignis sobe na pedra onde Tânia está e se senta no colo da dona.

- Então Prado conte-me tudo que aconteceu depois que eu apaguei. - Lanuzi vem com um pequeno recipiente com ervas e água quente, novamente ela amarra tudo fazendo um tiara e coloca em volta da cabeça de Tânia, que aos poucos sente o alivio. A mulher de Prado se senta também na mesa para acompanhar a conversa.

Quando Prado começou a falar, sua explicação da cena era tão perfeita e tão detalhista que Tânia sentia como se vivesse o momento.

- Depois que você eliminou Yuta e expulsou seu pai e Natália do campo de batalha. - Tânia o interrompeu.

- Perai como você lembra dessa parte se você estava morto? - ela franziu a testa.

- Grande parte da memória de Menara ficou comigo, se você me deixae continuar eu explicarei tudo.

- Prossiga - Tânia colocou seus pés sobre a mesa, Lanuzi fez cara feia e olhou para a amiga que entendeu o recado tirando os membros de cima da pedra.

- Assim que você desmaiou, Lanuzi se aproximou de mim e começou a chorar sobre meu peito, mesmo com um buraco relativamente grande nele. - ele segurou a mão da amada e apertou levemente apenas para sentir que ela estava com ele. - Ao contrário do pequenino ai, que correu até você e te levou voando para dentro da casa do Menara.

Tânia passou sua mão sobre o pelo de Ignis que sentiu um arrepio e sorriu.

- Menara vendo a tristeza que ficava naquela batalha, disse que conhecia uma magia poderosa que defenderia a vila mas que isso custaria sua vida.

- Foi então que eu perguntei se não havia outra maneira de preservar a vida dele - Disse Lanuzi interrompendo Prado - Ele disse que o chefe da vila é o mesmo a milhões de anos e nunca mudou, eu assustada perguntei como isso era possível - ela deu uma pausa e olhou para seu marido - Menara disse que já havia causado muito sofrimento e que a hora de passar o comando de Kutha já tinha passado - ela fez um movimento com as mãos para que Prado continuasse.

- Foi então que ele deu a vida pela minha,  ou quase isso - Prado levantou sua camisa, as plantas que o cercava saiam de dentro do seu estomago e lá no fundo um brilho - Menara foi absorvido pela arma sagrada de planta e veneno, que hoje está dentro do buraco que foi feito na minha barriga - Prado levou sua mão ao tronco de onde foi se deformando como se ele fosse todo feito de plantas, dentro dele brilhava em verde e roxo uma rosa.

- Essa e a sua arma sagrada? - Tânia perguntou.

- Sim, Yuta também era um portador, assim que ele morreu o broche dele emitiu um brilho marrom e sumiu - ele fez um cara de decepcionado - não sabemos a onde foi parar.

A pulseira de Tânia brilha e mostra uma projeção de Amélia apenas do pescoço para cima. Ao ver a filha ela sorri.

- Fico feliz de te ver viva minha filha. - Amélia se vira para Prado - Vejo que ocorreu a substituição de portadores aqui.

- Mãe, a senhora tem bastante coisa para explicar para mim e para eles.

- Eu sei, percebo o olhar de pessoas confusas - ela deu uma risadinha de leve. - mas como essa projeção não demora muito, vou me encontrar pessoalmente com vocês e explicarei tudo certinho.

- Mas mãe e a maldição da Natália? - Tânia questionou.

- É sobre isso que eu vim falar com vocês, achei um jeito de tirar isso de retirar ela de uma vez por todas. - ela respirou fundo. - Ignis vá buscar na bolsa de Tânia um pequeno pergaminho.

O dragato faz o que a deusa pede e coloca sobre a mesa o papel com várias instruções.

- Tânia leia em voz alta por favor.

- Sangue de dragão, sangue de um portador de uma arma sagrada e um ovo de patágora. - ela fecha o pergaminho.

- Deusa me desculpe mas as patágoras não foram extintas? - Prado pergunta.

- Ainda tem uma colônia pequena delas numa caverna dentro das montanhas do sul.

- Oi? É Amélia né? - Lanuzi pergunta com a maior bondade do mundo - É que eu não sou filha de uma deusa, nem peguei informações de um velho sábio e nem muito menos sou a deusa do fogo, então o que são essas patágoras?

- Aranhas, amor. - Prado diz fazendo com que Lanuzi faça cara de nojo.

- Mas não são aranhas comuns, as patágoras tem em torno de vinte metros de altura e sua teia tem um veneno especial que ao tocar no inimigo é atraída pelo coração e o arranca fora.

- Cruzes! - Lanuzi diz se espantando.

- Tânia eu tracei um plano para você e Ignis irem atras dos ingredientes.

- Ué porque não coloca Prado atrás do último? - Tânia pergunta.

- Eu não posso sair de Kutha e muito menos de perto de Lanuzi e de nosso filho. - Prado continuou - Se eu sair, meu corpo não aguentará e eu morrerei de vez.

- Tudo bem então - Tânia se levanta - Mãe mas e quanto a arma do Yuta, onde ela foi parar?

- Quando um portador morre a arma dele vem parar aqui no mundo das fadas, até que ela ache outro portador digno de confiança.

- Ignis entender tudo - o pequenino sobe na mesa e fica em pé.

- mãe antes de encerrarmos - ela sorriu -você poderia nos dar sua benção né?

- Claro com todo prazer, eu os abençoou com a aura da deusa da luz - uma aura dourada brilha sobre Ignis e Tânia.

- O que ela faz? - Lanuzi pergunta curiosa. 

- A minha aura faz com que eles não sintam cansaço - ela da "tchau" com sua mão -  a projeção já está acabando, se me libertarem respondo o que vocês quiserem!

Todos os quatro se curvam em agradecimento e Amélia some. 

- Se quisermos respostas das inúmeras perguntas que temos, precisamos retirar a maldição de sua mãe.

- Mas antes alguém ai está com fome? - na mesma hora a barriga de Ignis faz barulho.

- Ignis estar faminto, Ignis ir caçar com você.

- Desculpe pequenino mas eu preciso pensar em uma coisas e vai ser ótimo voltar aos velhos tempos. - ela pega o arco e coloca o aljave nas costas.

- Prado.

- Sim? - ele se vira e fica de frente para Tânia.

- Por quanto tempo eu fiquei apagada? 

- Uma semana - ele disse coçando a cabeça e mostrando os dentes.

- Menos do que eu esperava ouvir - ela se dirigiu a porta - Volto logo!

No castelo, Lúcio e Natália fazem os preparativos para casar a princesa e o príncipe. Todos os folhetos, convidados apenas do alto escalão, tudo que se possa imaginar.

- Se tudo der certo, você ficará com seu príncipe e o país - Lúcio sorri - E eu conseguirei acesso aos documentos sagrados de Gharnes para enfim ter minha vingança.

- E com Tânia apagada não há ninguém que possa nos deter! - os dois gargalham sentindo o gosto da vitória.

Alguns segundos depois uma serve entra  pela porta da biblioteca e se curva diste dos dois.

- Senhora! chegou uma informação do nosso informante de Kutha.

- Diga logo! - ela sorri e olha para Lúcio - Aproveita que estou de bom humor hoje.

- Tânia está de volta! - quando ela terminou de pronunciar aquela frase, os dois ficaram sem reação.

- Saia daqui AGORA! - Natália ordenou e fez com que a escrava saísse correndo de medo dali.

Lúcio teleportou os dois para a sala do trono, mais precisamente ao espelho que havia lá, passou suas mãos sobre ele, que mostraram Tânia caçando um alce e levando ele para seus amigos.

- Esperava que com aquela quantidade de poder que ela usou, daria tempo suficiente para fazermos tudo - Lúcio ficara confuso - precisamos atrair ela para cá para dar um fim nisso.

- Eu tenho um plano, preste atenção! - Natália pega um dos anúncios do casamento e teleporta ele - Veja.

Enquanto estava levando o alce de volta para Kutha, Tânia deu uma pequena pausa no rio para matar sua sede, porém quando se vira em uma dar árvores um pequeno aviso sobre algo, quando ela pega aquilo e lê, sua expressão muda de feliz para surpresa, com raiva e com certa tristeza.

Ela pega o anúncio, o alce e volta para Kutha...

sábado, 13 de junho de 2015

As luzes tomaram conta da sala onde Otávio estava e pela primeira vez ele pôde ver a cor das paredes, eram azuis. Natália entra com um vestido vermelho cheio de cristais brilhantes o enfeitando enquanto suas servas seguravam a calda para que não encostasse no chão.

- Como está se sentindo? - Natália sorri.

- Nat.. Na.. - Otávio tenta falar algo mas está fraco demais para pronunciar qualquer coisa - Fome..

- Você poderá sair daqui e voltar a sua vida normal, basta você querer me ajudar. - Ela ofereceu a mão indicando um acordo - E ai aceita?

Otávio não tinha escolha, ele olhou para a janela "Talvez ela nunca venha atrás de mim" ele pensou e pegou a mão da bruxa, que se teleportou com ele para a sala do trono onde estava Lúcio.

- Olá príncipe - Lúcio sorri mostrando os dentes afiados - Mas você acabou com ele em.

Mas agora acabou esse sofrimento, né Otávio? - Ele concorda fraco com a cabeça, Natália balança as mãos e uma poção aparece nelas - É só tomar isso aqui e pronto você terá a vida que você merece.

Otávio pega o frasco, olha para o líquido e vê sua aparência, a barba crescida, os cabelos longos, suas roupas sujas e ele fedendo. Ele não tem muita escolha, ou toma aquilo e vira escravo da bruxa ou vai acabar morrendo naquele quarto sozinho. Pelo menos tomando aquilo ele pode ganhar esperanças de ver Tânia mais uma vez. Quando coloca o frasco na boca e engole, sente o líquido gelado percorrer toda sua garganta até chegar a seu estomago. Uma luz azul brilhou em volta dele, voltando sua aparência ao normal, porém agora quando viu Natália ele foi até ela e a beijou.

- Meu amor, vá tomar um banho para anunciarmos você ao povo.

- Claro, já volto - Ele saiu.

- Queria muita saber onde está Tânia e aquele povo nojento que anda com ela - Lúcio perguntou.

- Também não faço a menor ideia de onde estão - Natália estava feliz - Porém temos que esperar qualquer coisa vindo daquela ali.

- Sim quando ela vier é melhor estarmos preparados...

Ignis pulava entre as árvores, de cipó em cipó fugindo da serpente da terra, mas num desses pulos o réptil saiu da terra e acertou o dragato que caiu do alto.

- Ignis não gostar de você, você ser cobra má! - Ele arremessou uma bola de fogo, que atingiu a cabeça da serpente fazendo-a recuar.

O mascote de Tânia voltou a subir nas árvores mas dessa vez não fugiu, ele pulava de galho em galho fazendo com que o animal de Yuta ficasse rodando e procurando. Várias orbes de fogo eram atiradas no réptil. Pôde-se ouvir um forte barulho vindo de onde Tânia lutava, Ignis não pensou duas vezes e começou a ir em direção a sua mestra.

Tânia lutava com toda sua determinação, já passara por tanta coisa que aquele mago estava sendo como uma diversão, perigosa, mas ainda sim uma diversão. Ela partiu para cima dele, desviando e cortando as pedras que Yuta arremessava nela, até mesmo as pedras maiores Calaya cortava com facilidade. A guerreira chegou perto o bastante para acertar um golpe que mataria o mago.

Morra infeliz! - Tânia enterrou Calaya no peito de Yuta, assim que retirou ela, o mago virou uma estátua de terra, se quebrou e tornou-se areia.

As areias de Yuta começaram a se movimentar e a uns dois passos na frente de Tânia, o mago ressurgiu e bateu palmas.

- Nunca achei que ninguém fosse chegar tão perto assim de mim - Ele sorriu. - Vejo que você é forte, essa batalha será bem interessante.

Yuta voltou a atacar mas dessa vez mudou de estratégia, bateu seu pé no chão abrindo uma cratera a sua frente, de repente saiu uma tempestade de areia que deixou Tânia, Lanuzi e Prado sem visão do mago. A filha de amélia segurava Calaya olhando para todos os lados, porém não conseguia ver uma sombra se quer, as areias machucavam seus olhos.

- Tome muito cuidado - A voz de Yuta parecia vir de todos os lados - O jogo está só começando.

- Apareça seu covarde! - Tânia gritava para o alto.

- Eu posso estar muito longe de você! - Ele se teleportou para trás dela e sussurrou em seu ouvido - como posso estar perto demais!

Yuta encostou as mãos em Tânia que foi arremessada para longe, batendo no muro de uma das casas e caindo no feno. Lanuzi e Prado veem Ignis chegando correndo ao longe. Ele para e faz um movimento giratório com as patas criando dois tornados de fogo que dispersam a tempestade.

- Tânia estar bem? - O dragato chega perto da guerreira caida no chão e repara que sua barriga está sangrando.

- Estou sim meu amiguinho - Disse ela com a boca escorrendo sangue e mão nas costelas.

- Dragato poder cicatrizar ferida, mas fazer dor em Tânia - Ele disse com a pata envolta de um fogo azul. - Fogo azul curar não queimar humanos.

Tânia assentiu com a cabeça, Ignis encostou o fogo nas costelas de Tânia, que sentiu uma dor insuportável, fazendo com que ela gritasse. O corte na altura de seu peito, foi se fechando e cicatrizando aos poucos. A serpente chegou logo em seguida e ficou ao lado de Yuta.

- Tânia conseguir levantar? - Ignis já tinha acabado. - Ignis ser baixo, não conseguir ajudar você a levantar.

Tânia se levantou, deu alguns passos, olhou para Ignis e sorriu.

- O que seria de mim sem você, meu amiguinho - Ela abaixou, beijou a testa de Ignis, que ficou com vergonha.

Tânia pegou Calaya que estava no chão próxima dela.

- Ignis está na hora de trabalharmos como a equipe que somos. - O animalzinho ficou todo feliz, acabara de ganhar uma parceira.

Ignis foi na frente com suas asas, voando velozmente e desviando dos espinhos que Yuta lançava, quando chegou perto do mago, a serpente entrou na frente, o dragato parou e voou para cima, distraindo o mago e seu animal tempo o bastante para que Tânia acertasse uma flecha na serpente, rasgando de raspão sua pele.

- Serp, entre na terra! - Yuta ordenou a serpente que rapidamente entrou na terra, escavando para cima dos inimigos, Ignis desceu, botou sua pequena pata no chão que começou a tremer, uma onda enorme de lava sai do chão, desenterrando Serp.

Yuta fechou o buraco da onde saia lava, ele ergueu as duas mãos e a terra começou a subir com ele em cima.

- Fugindo de novo? - Tânia sorri.

- Acha mesmo que eu iria fugir de alguém tão fraca como você? - Ele começa a fazer uns movimentos estranhos com o corpo e a palma da mão. - Serp está na hora de lutar para valer!

A serpente entra na terra e sai em cima onde Yuta se encontra, quando o mago encosta a palma da mão em seu mascote, uma luz marrom brilhou em volta dos dois, Tânia tapou sua visão com uma das mãos, quando voltou a enxergar pode ver que Serp e seu mestre haviam sumido.

- Tânia Cuidado! - Prado gritou fazendo Tânia se virar e ver Yuta de perto, sua aparência tinha mudado, seus olhos eram amarelos iguais os de seu mascote, ele agora flutuava ao invés de andar e pela velocidade que chegou ali, isso também havia mudado.

- Agora o jogo começa, minha querida - Ele levantou sua palma da mão em direção a Tânia, seus espinhos de pedra saiam dela e iam em direção a camponesa, que cortava alguns e desviava de outros. Sem perceber uma das agulhas de terra vieram por trás de Tânia, porém Ignis jogou uma orbe que arremessou o projétil para longe.

- Valeu! - Tânia não olhou para ele, estava focada em se manter viva.

- Ignis proteger costas de Tânia - O animalzinho ficou de costas para Tânia queimando ou interrompendo o que viesse a atacar sua mestre por trás.

Yuta fez vários clones em volta dos dois, os heróis estavam cercados não havia para onde correr, por todos os lados tinha um mago mas apenas um era verdadeiro.

- Quero ver descobrir qual de nós é o real - Todos falavam ao mesmo tempo - Você só terá uma chance de acertar.

Todos os Yutas apontaram suas palmas para Tânia e Ignis, o dragato pensa e lança uma bola de fogo para o alto, que acerta em cheio os magos deixando apenas o verdadeiro aparecendo.

- Ignis esperto, Yuta burro! - Ele apontou e riu. - Yuta não ver que Ignis ser forte com fogo.

- Animalzinho insolente!- Yuta entrou na terra, apareceu na frente do dragato, ele chuta o bichinho que é lançado no ar desmaiado, Lanuzi corre e pega-o.

- Agora somos só eu e você - Yuta sorriu e olhou para Tânia.

- Ai é que você se engana - Quando Yuta olhar para suas costas, Menara estava lá parado.

- E o que um velho como você pode fazer? - O mago gargalhou.

Menara bateu seu cajado antigo no chão, plantas saíram dá terra e foram em direção ao mago. Yuta agachou, colocou sua mão na terra que envolveu Tânia formando um casulo e a colocou no alto de uma torre feita de areia.

- Vamos ver do que você é capaz, vovô! - Yuta partiu para cima de Menara cortando as plantas que iam para cima dele com dois espinhos em cada uma das mãos, o chefe da aldeia pulou para cima de uma árvores e encostou seu cajado nela, na mesma hora ela se mexeu e tentou acertar um dos galhos no inimigo, que desviou mas foi preso por um cipó.

Yuta se contorcia de um lado para o outro, tentando sair mas o ramo era bem forte, Menara chegou perto e encostou sua arma no cipó que ficou roxo.

- Você!? - Yuta riu - Como pode um velho ser portador da arma sagrada do veneno e planta? - O mago transforma todo seu corpo em areia e volta a sua forma norma do outro lado - Agora as coisas mudaram de rumo, terei que te matar Menara e ficar com esse seu cajado!

Tânia quando ouviu aquilo tudo arregalou os olhos, tentava sair do casulo de terra mas era impossível, tinha que ter um jeito de ajudar Menara e com Ignis desmaiado só restava ela.

Yuta juntou suas mãos um clone apareceu, mas dessa vez era mais real como se ele realmente tivesse se divido em dois, cada um correu para um lado diferente, Menara lança uma nuvem de veneno em volta de si, paralisando quem chegasse perto. Os dois Yutas começaram a atirar várias lanças de espinhos, no entanto as plantas saiam da terra e defendiam o chefe da aldeia parando cada um que tentasse atingir ele, era como uma defesa já programada.

O clone do mago entra na terra, enquanto Yuta junta uma enorme quantidade de areia, que faz um espinho do tamanho de um prédio e o lança para cima. Menara junta suas mãos e várias plantas começaram a circular o portador, porém o clone de Yuta sai do chão pega o cajado e leva para longe. O espinho enorme começa a cair do céu. O chefe da aldeia fecha os olhos.

- Morra Menara - Yuta gargalha enlouquecidamente.

Uma explosão acontece, ninguém consegue enxergar nada no campo de batalha, uma onda de vento e poeira invade toda vila, quando conseguem ver o que aconteceu. Tânia olha para baixo e se assusta, Lanuzi grita.

- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO...

sábado, 6 de junho de 2015

Quando Drest abre os olhos, Lúcio e Natália estão olhando para a cara dele. O deus das trevas retira as cordas com sua magia e ri em tom de deboche.

- Eu ia conseguir acabar com ela, vocês viram.

- Ia mas não acabou, você não server nem para matar alguém pai? - Natália batia o pé fazendo pirraça.

O rei se levanta, coloca a mão na cabeça sangrando e sorri para Natália. A princesa revira os olhos, vai para trás de seu pai e passa a mão sobre a ferida que para de doer e sangrar na hora.

- Obrigado! - Ele mantem o sorriso no rosto.

- Chega de momento pai e filha, nosso problema aumentou de tamanho, Amélia mandou Ignis para ajudar Tânia.

- Aquela coisa minúscula? não vejo tanto problema nisso - Natália disse.

- Natália, Natália sempre ingênua - Lúcio balançou a cabeça em negação demonstrando repúdio - Ignis sempre foi o guardião do fogo nas terras divinas, quando as armas sagradas foram criadas e dadas para o destino escolher com quem ficaria, ele foi escolhido para proteger a do fogo. Sendo assim seus poderes praticamente ficaram milhares de vezes mais fortes e mais intensos. É o mago do fogo mais forte que existe, ele é praticamente um deus de tão forte que é.

- Você não me disse uma vez que essas armas podem ser retiradas de seus portadores ?

- Ai é que está o problema, a arma de Ignis não está tão visível como Calaya - Lúcio balançou as mãos fazendo um portal mostrando a luta do rei contra o dragato, Drest abaixou a cabeça envergonhado - veja que olhando assim você não percebe de onde vem o poder dele, mas se reparar seus olhos brilham a cada magia.

- Pera.. - Natália olhou mais de perto - A arma sagrada do fogo fica nos olhos dele?

- Exatamente, nem todas as armas sagradas são visíveis, cada uma delas é diferente da outra e somente a pessoa escolhida poderá usar sua devida arma.

- Não esperava que aquela coisinha fosse tão poderosa assim - Natália não conseguiu esconder seu medo e engoliu a seco - precisamos tomar mais cuidado.

- Você não precisa se preocupar tanto, ainda temos Otávio - A imagem da tela agora estava no quarto todo escuro com Otávio, que estava barbudo, desnutrido e com cara de quem nao havia dormido a dias.

- Ele está acabado mesmo em. - Drest falou colocando seu capacete de volta.

- Porque ele não toma a maldita poção do falso amor? - Natália fingia estar com raiva mas no fundo estava começando a ficar com pena dele.

Lúcio parou a magia de visão.

- Precisamos voltar ao castelo, tem uma população em fúria e eu acho que já sei de algo que podemos usar para despista-los.

Tânia com ignis no meio de suas pernas, Prado e Lanuzi voltaram para seus cavalos e tiveram que ir pelo caminho mais longo.

- Oh meu Deus! - Lanuzi falou com voz de criança - Esse gato é tão fofo!

- Eu ser dragato - ele fez cara de mal para assustar Lanuzi, que na verdade achou aquilo ainda mais fofo - Você respeitar raça de Ignis!

Tânia riu.

- Ignis porque você fala assim meio estranho? - Prado perguntou.

- Eu não saber falar língua de vocês humanos, eu saber pouco, eu saber a língua dos deuses.

- O que você fazia lá nas terras divinas? - Prado continuava fazendo perguntas, ele estava muito curioso para saber sobre o pequenino.

- Eu ser guardião do fogo celeste. - ele apontou para os olhos - fogo celeste ser arma sagrada do fogo, fogo celeste escolher eu para ser portador e protetor dele.

- Tânia, pelo que entendi - Prado olhava para o horizonte - Calaya também é uma das armas sagradas?

- Pelo que entendi sim - Tânia olhou para o céu - Mas eu sei tão pouco quanto você sobre esse assunto, eu precisaria falar com Amélia para saber mais sobre isso.

- Olhem! - Lanuzi sorriu e apontou para frente.

- Chegamos finalmente - Tânia disse aliviada - Sejam todos bem vindos a Kutha!

Kutha era uma vila no meio da floresta, casas feitas em cima das árvores ou dentro delas, no centro uma fogueira gigante aquecia a todos, crianças corriam para todos os lados. Lanuzi pode ver ao longe um centro de treinamento de guerreiros mirins, assim que chegaram guardas saíram de todos os lados com arcos e lanças apontadas para os viajantes.

Eles cercaram os quatro, Tânia levantou a mão demonstrando que estava vindo em paz, Lanuzi abraçou ainda mais Prado com medo e Ignis se escondeu dentro da blusa da filha de Amélia.

- Viemos em paz, também somos fugitivos do reino! - Tânia anunciou.

Um homem de idade já avançada pede caminho por entre os guerreiros, em seu rosto haviam marcas feitas de tinta, sua pele era da cor do cacau, seu cabelo era branco como a neve, na mão um cajado com uma caveira na ponta e usava um sobretudo preto que ia do pescoço aos pés. Quando chegou perto de Tânia, ele sorriu e se aproximou.

- Tânia! que honra ter você aqui na em Kutha novamente. - Tânia desceu do cavalo e o abraçou.

- Que nada, a honra é toda minha - Ela ajeitou o cabelo num rabo de cavalo - Menara estes são meus amigos, aqueles ali são Lanuzi e Prado e... - Ela tirou Ignis que estava em suas costas escondido - Este é meu amiguinho Ignis.

Menara sorriu e os convidou para entrar em sua casa. Quando Lanuzi entra na casa, sente-se muito bem, o cheiro era de terra molhada lembrara sua infância, pode-se ver uma lágrima de felicidade sair de seu rosto, Prado a abraçou sorrindo também.

- Podem ficar com aquele cômodo ali, é grande e cabem vocês todos nele, durmam e amanhã nos conversaremos, mas antes Tânia posso dar um palavra com você? serei bem breve.

Tânia assentiu com cabeça os dois saem e vão andando em direção a uma espécie de arena. Menara observa dois guerreiros lutando com espadas de madeira e começa a falar.

- Temos um problema na vila. - Ele estava focado na batalha.

- Que tipo de problema? - Nesse momento até se viu olhando a batalha, mas sua cabeça não parava de pensar em como estaria Otávio.

- Um mago bastante forte tem nos ameaçado e retirado nossos recursos.

- Mas e você sabe o por quê ? - Tânia por um momento olhou para o amigo e ver seu olhar cansado e triste.

- Não sei se tem um motivo específico, normalmente aqueles que tem mais poder costumam tomar vantagem dos que não tem muito. - Agora ele virou seu olhar para a guerreira - Será que você poderia tentar dar um jeito nisso? Eu já estou velho e não consigo mais lutar.

 - Claro que te ajudarei - Ela deu um beijo no rosto dele - Deixa comigo, por hora preciso descansar, essa aventura toda está acabando comigo.

- Tudo bem vá lá dormir um pouco e esteja pronta para um café da manhã maravilhoso.

- Não vejo a hora, tem muito tempo que não como algo gostoso - Tânia sorriu e saiu andando em direção a cabana do chefe.

Chegando lá viu Lanuzi e Prado deitados numa espécie de cama improvisada com feno e grama, Tânia reparou que tinham feito uma para ela também, ela se deitou ao lado do casal, um pequeno ser felino com asas chegou e se acostou nos braços de Tânia. Os quatro ficaram e dormiram ali.

 Tânia foi a primeira a acordar, se espreguiçou e sorriu ao ver Ignis dormindo de barriga para cima, com a língua para fora e roncando bem baixinho. Ela se levantou, foi para fora e pôde observar o sol nascendo, era uma cena linda, ele clareou tudo, deu a vida as flores e o povo começava a sair de suas casas. Algo puxa a calça de Tânia e ela olha para baixo.

- Dragato acordar - Ignis disse coçando o olho esquerdo - Eu esquecer de falar para Tânia, que mãe de Tânia mandar isso para ela.

Ele entregou uma pulseira rosa com dois cristais na ponta um negro e um dourado meio branco.

- Ela dizer para mim falar para você que está coisa ai é para falar com Amélia. Amélia falar isso para dragato e dragato esquecer, desculpar eu?

Tânia sorriu, ela não podia negar pedido de desculpas vindo de um ser tão fofo.

- Claro que eu desculpo você - Ela agachou e deu um abraço no pequenino - Alias você está com fome?

- Sim fome, comida eu querer comida. - ele subiu nos ombros dela - Vamos comer por favor.

Tânia assentiu com a cabeça e foram para dentro da casa, chegando lá haviam mesas e mais mesas cheias de comidas. Estava tudo calmo, quando no meio do café da manhã, o chão treme e pessoas gritam do lado de fora. Todos correm para ver o que havia acontecido. Chegando lá fora eles se deparam com um garoto moreno, de cabelo arrepiado, possuía uma tatuagem que ia do seu olho esquerdo até sua mandíbula, sua roupas pareciam uma só, eram da cor preta e vermelha, em cima tinha uma abertura que mostrava sua barriga, nos pulsos duas braçadeiras pretas e nas costas uma capa  marrom a onde estava escrito "TERRA".

Ele estava flutuando numa pedra que foi descendo aos poucos chegando perto do povo lá em baixo.

- Menara, Menara - Ele botou o pé no chão - Onde está o que eu lhe pedi ontem?

- Desculpe - Menara se curvou - Não conseguimos coletar tantos materiais assim para você. Nos dê mais um tempo e vamos conseguir eu sei disso.

- Ora, mas é claro que eu lhe darei um dia - O garoto passava entre as pessoas - Mas você sabe as regras.

O mago passou por todos quando chegou de frente a Tânia e seus amigos, ele parou os analisou e quando olhou para a mulher, ela levantou a sobrancelha esquerda.

- Carne nova é? - Ele sorriu e passou as mãos sobre o cabelo dela - Qual seu nome minha querida?

- E isso lá te interessa? - Tânia empurrou ele para longe.

- Quanta ousadia! - O garoto berrou - Quem você pensa que é?

- Seu pior pesadelo - Ela sorriu e cruzou os braços.

- Aé? E você acha que é capaz de me derrotar em uma batalha? - o garoto bateu o pé no chão causando um terremoto fazendo com que todos caiam, menos Tânia que se manteve firme.

- É só isso que você tem? Agora é minha vez.

Tânia pegou seu arco e mirou uma flecha no peito do inimigo, que se defendeu levantando uma parede de terra. Dessa vez foi Ignis a atacar, assim que a parede sumiu uma bola de fogo voou arremessando o garoto para longe e fazendo com que ele batesse em uma árvore. O rapaz se levantou, botou sua mão na terra fazendo com que ela abrisse no meio e uma serpente enorme saiu de dentro dela.

- Chamou, Yuta?

- Sim - Yuta apontou para Ignis - Cuide do Rato e eu fico com a garota.

A serpente entrou na terra e saiu em baixo do dragato que foi lançado para cima.

- IGNIS! - Lanuzi gritou.

- Eu ficar bem, Eu matar serpente malvada e volta para mulher gravida - Ele gritou se segurando na orelha do demônio da terra.

Tânia se virou para Yuta.

- Menara! Tire todos daqui agora! - Tânia ordenou, em seguida todos correram para suas casas e ficaram vendo a luta de longe.

Yuta avançou lançando espinhos de pedra para cima de Tânia que chamou Calaya, uns ela desviava outros ela cortava ao meio. O mago bateu o pé no chão, dessa vez, fazendo Tânia cair. Ela se levanta, puxa a faca da bota e atira no mago fazendo um corte no seu rosto, ele se enfurece.

- Você vai ter uma morte lenta e dolorosa e eu irei garantir isso!

- Pode vir, vamos ver se você é capaz...
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